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Autoridades moçambicanas admitem existência de estrangeiros com identificação nacional

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As autoridades de Moçambique admitiram hoje a existência de cidadãos estrangeiros com documentos de identificação contendo nomes moçambicanos, referindo haver "devidas providências" para resolver o problema.

"De fato, existem casos em que aparecem cidadãos [estrangeiros] ostentando bilhetes de identidade com até todos os nomes, inclusive o apelido, de cidadãos moçambicanos", disse à comunicação social Gilda Lameque, porta-voz da da Direção Nacional de Identificação Civil (DNIC), em Maputo.

Segundo a representante, na identificação dos casos, as autoridades nacionais tomam "as devidas providências".

Apesar da problemática, Lameque destacou ainda a capacidade de resposta da DNIC no processo de registo das vítimas das incursões terroristas, no norte de Moçambique, e das manifestações, inicialmente em contestação aos resultados eleitorais de 09 de outubro, convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais.

"Felizmente estamos a conseguir responder a esta procura, tanto pela parte dos cidadãos que sofreram do terrorismo assim como dos que sofreram as vandalizações do ano passado", acrescentou.

A polícia moçambicana anunciou hoje a detenção de pelo menos 14 moçambicanos suspeitos de facilitar a entrada de imigrantes ilegais que pretendiam atravessar o país através da província de Tete, centro de Moçambique, com destino à África do Sul.

"Temos nos nossos registos 14 cidadãos que se envolveram de forma ilícita na facilitação de cidadãos estrangeiros com o objetivo mesmo de atravessar a província de Tete com destino à África do Sul", disse aos jornalistas Henriques Duce, porta-voz do Serviço Nacional de Migração (Senami), em Tete. 

Segundo o porta-voz, a província repatriou mais de 250 estrangeiros em nove meses, com destaque para os de nacionalidades paquistanesa e etíope.

Em 30 de julho, o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, pediu ao Serviço Nacional de Migração para "intensificar o controlo migratório e o combate à imigração ilegal nos postos fronteiriços, com recurso a tecnologias modernas e formação permanente dos membros da força paramilitar".

Moçambique, que partilha extensas e porosas fronteiras com seis países da África Austral -- Tanzânia, Malaui, Zâmbia, Zimbabué, África do Sul e Essuatíni --, enfrenta desafios significativos no controlo de entradas não autorizadas.