ADN-Madeira propõe programa 'Funchal Electrificado' para garantir acesso à energia limpa
A candidatura do partido ADN-Madeira à Câmara do Funchal apresentou uma proposta ambiental denominada 'Funchal Electrificado: Energia Limpa, Justiça Social e Inclusão Ambiental', através da sua cabeça-de-lista à Assembleia Municipal do Funchal, Otília Sousa. A medida visa assegurar o acesso universal à energia limpa, segura e eficiente para todas as famílias da Região.
A iniciativa surge em resposta à exclusão da Madeira do Programa E-LAR, financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que atualmente contempla apenas Portugal Continental. O partido considera esta situação "inaceitável e injusta", por contrariar os princípios da coesão territorial e da justiça social.
"A transição energética não pode ser só para alguns — tem de ser para todos. A Madeira tem os recursos, a capacidade técnica e a vontade política. Só falta garantir que nenhuma família fique para trás", afirma Otília Sousa.
O programa proposto pelo ADN-Madeira inclui a criação de um sistema semelhante ao E-LAR na Madeira, com abertura de concursos para fornecedores locais e apoio directo às famílias. Prevê ainda a substituição de equipamentos a gás por soluções eléctricas eficientes, com comparticipação até 100% dentro do custo médio dos produtos, e a instalação de sistemas fotovoltaicos em todas as habitações.
A proposta inclui também a unificação dos programas ambientais num sistema mais acessível e transparente, complementada por educação ambiental comunitária através de oficinas práticas sobre eficiência energética e consumo consciente.
O 'Funchal Electrificado' não pretende substituir, mas sim complementar os programas já em vigor na Madeira, como o +ENERGIA (sistema de incentivos à produção e armazenamento de energia renovável, com apoios até 10.000€), o PRIPAER-RAM (programa de apoio à produção descentralizada de energia) e as iniciativas "Plantar o Futuro" e "Levadas com Alma".
Segundo os dados apresentados, a medida poderá gerar uma poupança média anual por família de 550 euros: 150 euros pela substituição de gás por electricidade eficiente e 400 euros com autoconsumo solar. O partido estima um impacto global de cerca de 22 milhões de euros anuais em poupança colectiva para as famílias funchalenses.
Para a implementação do programa num prazo de 10 a 15 anos, assumindo a aplicação em 40.000 habitações com um custo médio de 7.500 euros por habitação, o investimento total seria de 300 milhões de euros. Contudo, o ADN-Madeira propõe uma dotação inicial otimizada entre 150 e 200 milhões de euros, com 100% de comparticipação para famílias vulneráveis (Tarifa Social) e 70% a 80% para os restantes agregados.
"Com o ADN-Madeira, o futuro é verde, justo e para todos", conclui Otília Sousa, reafirmando o compromisso do partido com uma transição energética justa, inclusiva e sustentável na região.