Autarca da Madalena do Mar contesta de Célia sobre transferências
O presidente da Junta de Freguesia da Madalena do Mar, Ivo Ribeira, veio a público contestar as declarações da presidente da Câmara Municipal sobre as verbas transferidas para a freguesia, acusando-a de “distorcer a verdade” quanto à aplicação desses montantes.
O autarca começou por confirmar os números referidos pela Câmara: em 2017, último ano da anterior vereação, a transferência foi de 37.002 euros. A partir de 2018, os valores cresceram de forma gradual até se fixarem em 42.103 euros em 2021, montante que se mantém inalterado até 2025. Entre 2018 e 2024, o reforço acumulado atingiu cerca de 29.500 euros, o que equivale a uma média anual de 3.680 euros.
Apesar de reconhecer a subida, Ivo Ribeira sublinha que estas verbas resultam de competências delegadas pela Câmara Municipal à Junta e que o seu destino está contratualmente definido. “São valores para aplicar em veredas, levadas, colocação de guardas metálicas e pequenas intervenções na freguesia. Basta consultar o contrato celebrado entre as duas entidades para o confirmar”, afirmou.
E sim é verdade que são competências transferidas da Câmara Municipal para a Junta de Freguesia. E sim, são para aplicar em veredas, levadas, colocação de guardas metálicas entre outras aplicações. Basta consultar o contrato celebrado entre as duas entidades. O que não é verdade, é que esses valores transferido possam, e digo possam ser aplicados em apoios sociais com cabazes, apoio em matérias de construção ou na vacinação infantil com diz a Sr.a Presidente. E os relatórios não mentem e podem ser consultados. Ivo Ribeira, presidente da Junta da Madalena do Mar
A crítica do autarca dirige-se, em particular, à sugestão de que os montantes poderiam ser utilizados em apoios sociais. “O que não é verdade é que esses valores possam ser aplicados em cabazes, em materiais de construção ou até em vacinação infantil, como disse a senhora presidente. Os relatórios não mentem e podem ser consultados. Apresente um único relatório onde a Junta aplicou e justificou verbas transferidas da Câmara em apoios sociais. Na política não vale tudo, devíamos provar aquilo que dizemos”, atirou.
Ivo Ribeira acrescentou ainda que o debate público tem sido condicionado pelo bloqueio do seu perfil pessoal na página da presidente da Câmara, o que, defende, o impede de responder em “local próprio” às declarações que lhe dizem respeito.
O episódio adensa o clima de tensão política na Madalena do Mar, onde as relações entre Junta e Câmara têm sido marcadas por acusações mútuas quanto à execução das verbas públicas e às responsabilidades de cada entidade.