E se tivesse sido um avião?

Antes de mais as minhas condolências às famílias dos que faleceram e votos de rápida recuperação a quem sofreu ferimentos no trágico acidente do elevador da Glória (AEG).

O deputado socialista Pedro Nuno Santos (PNS) através das redes sociais reclamou a imediata demissão do presidente da C.M.L. (PCML) imputando-lhe em exclusivo responsabilidades políticas no AEG, mesmo antes de uma investigação que determine se o mesmo tomou alguma decisão que tivesse contribuído direta ou indiretamente para o trágico acidente.

PNS baseia-se unicamente no facto de o PCML ter pedido a demissão de Fernando Medina (FM) assacando-lhe responsabilidades políticas, aquando das informações confidenciais sobre cidadãos russos a viver em Portugal que foram ilegalmente fornecidas pelos serviços camarários à embaixada russa em Lisboa, pedido de demissão que como se sabe FM não acatou.

PNS considera que o PCML está “prisioneiro” desse pedido de demissão de FM e apenas e só por isso deveria demitir-se.

O que PNS pretenderia era que o PCML se demitisse e fugisse ao apuramento das responsabilidades efetivas no AEG, talvez porque o apuramento exaustivo das mesmas possa implicar as anteriores gestões socialistas da C.M.L.

Mas a divagação e o aproveitamento político de PNS deste trágico acidente vai ao ponto de solicitar que “a investigação vá mais longe e avalie os efeitos da externalização da manutenção dos ascensores e elevador da cidade de Lisboa”, quando essa mesma “externalização” vem já desde 2007 e foi acolhida pelas governações socialistas da C.M.L. nos 2 mandatos de António Costa e no mandato de FM, sem que durante esses mandatos socialistas de 2007 a 2021 essa “externalização” fosse posta em causa e/ou investigada.

Há uma questão que deve ser colocada a PNS se tivesse caído um avião da TAP quando era ele o ministro com a tutela da empresa ter-se-ia demitido de imediato e assumido responsabilidades políticas pelo acidente, mesmo antes de terem sido apuradas as causas do mesmo?

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