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A Guerra Mundo

ONU apela à diplomacia para terminar guerra após novos ataques a Kiev

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Foto EPA

O secretário-geral adjunto da ONU para a Europa, Ásia Central e Américas congratulou-se hoje com os esforços diplomáticos para terminar o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, mas lamentou o recrudescimento dos ataques em solo ucraniano.

"O número crescente de mortos e a devastação causada pela intensificação dos combates durante o verão contradizem os importantes esforços dos últimos meses para dar uma oportunidade à diplomacia", afirmou Miroslav Jenca.

Manifestando o seu pesar pela "escalada brutal de ataques aéreos" na Ucrânia, Jenca lembrou que os recentes bombardeamentos sobre Kiev "são apenas os últimos".

No mês passado, indicou, "foi estabelecido um novo e trágico recorde de vítimas mensais", com 286 mortos e 1.388 feridos, o número mais alto desde maio de 2022.

Ainda assim, o alto funcionário das Nações Unidas agradeceu os esforços diplomáticos "liderados pelo Presidente dos Estados Unidos" para chegar a um acordo que permita a paz.

Entre eles, mencionou a reunião bilateral no Alasca entre os líderes norte-americano e russo, Donald Trump e Vladimir Putin, e a reunião de Trump, Zelenski e dos líderes europeus em Washington.

Por outro lado, o chefe da ONU alertou para um maior impacto da guerra sobre a população civil russa, onde também foram relatadas vítimas e ataques contra instalações como a central nuclear de Kursk.

"Também nos preocupa o impacto que a luta crescente terá na situação humanitária na Ucrânia, à medida que entramos no quarto inverno de uma guerra em grande escala", afirmou Jenca em relação à futura chegada de uma época de baixas temperaturas.

A ONU já prepara apoio específico para ajudar cerca de 1,7 milhões de pessoas e pediu "urgentemente" mais financiamento dos doadores para poder cobrir todas as necessidades.

"Exortamos todos os envolvidos a reduzirem urgentemente a escalada da situação e a redobrarem os esforços para criar condições que permitam uma ação diplomática inclusiva destinada ao cessar-fogo e a uma paz justa", concluiu o secretário-geral adjunto da ONU para a Europa, Ásia Central e Américas.

Ataques russos em várias regiões matam pelo menos uma pessoa

Várias regiões ucranianas foram alvo de ataques russos esta manhã, que causaram pelo menos um morto na cidade de Zaporijia (sudeste), de acordo com as autoridades locais.

O chefe da administração militar de Zaporijia, Ivan Fedorov, disse que pelo menos uma pessoa morreu e 22 ficaram feridas, incluindo três crianças, na sequência de um ataque russo com drones e mísseis na região.

"Os ataques russos destruíram casas e danificaram muitas instalações, incluindo cafés, postos de gasolina e empresas industriais", acrescentou na plataforma Telegram, indicando que dezenas de edifícios e casas ficaram sem eletricidade e gás.

Um pouco mais a norte, Dnipropetrovsk também foi alvo de ataques com mísseis e drones, de acordo com as autoridades locais.

"As infraestruturas foram danificadas [nas cidades de] Dnipro e Pavlograd, provocando incêndios", indicou o governador da região, Serguiï Lyssak, no Telegram.

Na terça-feira, a Ucrânia reconheceu pela primeira vez que soldados russos entraram na região de Dnipropetrovsk, onde Moscovo já reivindicava avanços desde julho.

Mais longe da frente de batalha, a região de Volyn, na fronteira com a Polónia, sofreu "um ataque maciço de drones inimigos", de acordo com o responsável pela administração militar local, Ivan Rudnytski. Até ao momento, não há registo de vítimas.

Já na região de Kiev, a companhia ferroviária referiu atrasos causados por danos provocados por bombardeamentos.

Na madrugada de quinta-feira, a capital sofreu bombardeamentos que causaram 25 mortos, incluindo quatro crianças.

O exército russo controla atualmente cerca de 20% do território ucraniano.

O Kremlin exige que a Ucrânia se retire de certos territórios que continua a controlar parcialmente, nomeadamente da região de Donetsk, como condição prévia para o cessar das hostilidades. Kiev rejeita o plano.

Dnipropetrovsk não é uma das cinco regiões ucranianas cuja anexação é reivindicada por Moscovo. Estas são Donetsk, Kherson, Lugansk, Zaporijia e a Crimeia.