Dicas para quem vai estudar longe de casa
Matrículas para os estudantes colocados na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior decorrem esta semana
Centenas de estudantes madeirenses iniciam agora uma nova etapa: a entrada no ensino superior. Muitos vão prosseguir os estudos fora da Madeira, o que implica uma série de decisões importantes. Escolher o quarto, começar a fazer contas às despesas do dia-a-dia longe da família e as candidaturas às bolsas de estudo são apenas algumas das tarefas imediatas para quem vai estudar fora da Madeira. As matrículas para os estudantes colocados na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior decorrem até quinta-feira.
O DIÁRIO dá hoje a conhecer algumas dicas para quem se prepara para este momento tão importante. Uma espécie de guia prático para ajudar nestas decisões dos estudantes, mas também para os encarregados de educação que vivem este momento com alguma - natural - ansiedade.
1 – Procurar quarto
É um dos primeiros desafios. Encontrar alojamento. Os preços ‘escaldam’ em várias cidades, sobretudo nas maiores. As residências universitárias públicas são geralmente a opção mais acessível para bolseiros. Mas não há vagas para todos. Arrendar um quarto numa casa partilhada costuma ser mais económico, sobretudo nos casos em que já incluem as despesas (luz, água, internet) no valor da renda. Mas atenção na procura e muito cuidado com as burlas. Há sites úteis, como é o caso do Idealista. Mas desconfie sempre que pedirem dinheiro adiantado ou então algum valor para reservar o quarto. Nunca pague antes de ver o espaço. Normalmente, nas universidades há locais com anúncios de alojamento afixados. Caso tenha alguma dificuldade, pode ser útil, também, entrar em contacto com a Associação de Estudantes da universidade onde ficou colocado. Podem dar dicas importantes.
2 – Candidaturas às Bolsas de Estudo
As Bolsas de Estudo assumem papel fundamental face às muitas despesas associadas à frequência do ensino superior. Existem várias bolsas e subsídios que podem ajudar a aliviar o esforço financeiro. As mais conhecidas são as bolsas da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES), mas há também apoios como o subsídio de deslocação, o complemento de alojamento ou a bolsa +Superior, atribuída a quem frequenta instituições no interior do país.
Para os estudantes madeirenses há as Bolsas do Governo Regional da Madeira. Informe-se no Gabinete do Ensino Superior para saber quais são os documentos necessários para a candidatura a este apoio. Para os estudantes que concorrem pela primeira vez, o processo de candidaturas decorre de 15 de Setembro a 30 de Novembro.
A candidatura a bolsa de estudo da DGES para ano lectivo 2025/2026 já está a decorrer e deve ser apresentada entre até 30 de Setembro. O requerimento pode ainda ser submetido entre 1 de Outubro e 31 de Maio, sendo, nesse caso, o valor da bolsa de estudo a atribuir proporcional ao valor calculado nos termos do regulamento, considerando o período que medeia entre o mês seguinte ao da submissão do requerimento e o fim do período letivo.
Há municípios e freguesias que também concedem apoios próprios para os estudantes que residem nessas áreas. Informe-se na câmara municipal e junta de freguesia da sua área de residência.
3 – Definir e controlar o orçamento
A entrada no ensino superior é, normalmente, a fase na qual o estudante se depara, de forma mais efectiva, com a gestão do orçamento pessoal. Há a renda para pagar, as propinas, a alimentação e outras despesas. Gerir bem o orçamento é fundamental para evitar dissabores ou necessidade de ligar para casa a pedir mais dinheiro antes do final do mês. Definido o valor disponível mensalmente (seja através de bolsas, ajuda familiar ou até de um part-time) a prioridade será, sempre, pagar as despesas fixas e fundamentais: renda do quarto, propinas e alimentação. Depois, é importante definir um valor limite para gastos variáveis como roupa, restaurantes ou saídas com amigos.
Neste particular, planear é importante. Por exemplo, as compras do supermercado. Fazer uma lista semanal pode ajudar a evitar gastos desnecessários. Além disso, as refeições na cantina da universidade são acessíveis em termos de preço e uma excelente opção.
4 – Conhecer a cidade e a universidade
Normalmente, os estudantes deslocados chegam à nova cidade com alguma antecedência até para procurar alojamento. É bom aproveitar o tempo livre para conhecer a nova realidade: onde ficam os supermercados, identificar os serviços fundamentais e conhecer a rede de transportes públicos. Antecipar esse cenários também ajudar a uma eficaz adaptação. Aqui, uma vez mais, poderá ser importante contactar a Associação de Estudantes e os serviços académicos da Universidade em caso de dúvida ou ajuda. A nova cidade será, na maioria dos casos, a realidade dos próximos três anos, pelo menos. Nesse sentido, é fundamental uma boa adaptação. Integrar a comunidade académica, nas suas diversas vertentes, costuma ser uma excelente ajuda neste processo. Nos primeiros dias, também é importante conhecer as instalações da universidade: as salas de aulas, a cantina, os serviços académicos, a associação de estudantes…