Bloco de Esquerda é contra "obra irresponsável" na frente-mar de São Vicente
O Bloco de Esquerda mostra-se contra a "obra irresponsável" que se encontra a decorrer na frente-mar de São Vicente e acusa tanto o Governo Regional como a Câmara Municipal de São Vicente de "cometer os mesmos erros do passado". O partido, que esteve esta manhã no local, indica que "as consequências desta teimosia, da prepotência de uma governação do «quero posso e mando» não serão nem para Miguel Albuquerque, nem para António Garcês. Serão para as pessoas de São Vicente".
"Esta obra é um verdadeiro atentado ambiental numa altura em que a ciência nos diz que por força das alterações climáticas o nível da água do mar está a subir e toda a construção no litoral deve ser proibida", considera Dina Letra, número 2 da candidatura bloquista às eleições regionais de 23 de Março.
O partido fala em falta de bom-senso por se realizar uma obra "em cima do mar". "É o próprio estudo de impacto ambiental que refere que a obra em betão armado obrigará a custos elevados de manutenção... todos sabemos dos milhões deitados ao mar na Marina do Lugar de Baixo. Aqui não será diferente porque, como diz a sabedoria popular, o mar toma sempre o seu lugar", recorda o Bloco.
O BE lembra que esta intervenção vai obrigar à adopção de medidas mitigadoras, de colocação de material no mar, "o que terá impacto no posicionamento das correntes, no desassoreamento da costa, num mar que é internacionalmente reconhecido como de excelência para a prática desportiva de surf".
Estamos mais uma vez perante uma clara violação da sustentabilidade financeira da Região, mas também do nosso ecossistema. Continuam por cumprir planos de ordenamento da orla costeira, continuam a ser violados planos de ordenamento do território e isto só mudará, esta forma de actuação só mudará, a salvaguarda do interesse público só será protegida quando Miguel Albuquerque e o PSD deixarem ser governo na Madeira. Dina Letra
O partido termina indicando que estará sempre do lado das populações, "na defesa dos seus direitos e na protecção do ambiente para que os madeirenses e as próximas gerações possam ter um futuro melhor".