Mais empatia e menos folclore
Quando um doente procura cuidados de saúde presume que o médico que o vai atender tem todos os recursos e condições necessárias para fazê-lo. O atendimento em saúde pode ser a diferença entre a vida e a morte. Por isso, as dúvidas, limitações, e insuficiências não são aceitáveis. É preciso agir em conformidade e se deixe de mascarar fragilidades, visíveis a olho nu, e que devem ser assumidas com transparência e seriedade e ultrapassadas com a máxima urgência.
Não é aceitável que no SRS escasseiem recursos materiais (sobretudo medicamentos) que põem em causa a vida de pessoas. Não é aceitável que doentes aguardem em macas no corredor no SU, dias a fio, à espera de uma vaga no internamento no hospital ou num lar. Não é aceitável nem digno. Nem para o doente, nem para os profissionais de saúde, inexcedíveis no exercício das suas funções. Alguns deles, fazem verdadeiros milagres com a prata da casa, já obsoleta, e o seu profissionalismo.
Para uma campanha eleitoral, com publicidade partidária poluidora do espaço físico e violenta agressão à nossa saúde mental, foi ou será alocada uma verba de um milhão de euros!!! Para uma campanha igual ou pior do que as que a antecederam e das quais já estamos todos saturados!
Quantos recursos materiais, de primeira necessidade se poderia adquirir com esse montante para proporcionar um pouco mais de conforto a pessoas doentes e vulneráveis que se encontram hospitalizadas? Há doentes no nosso hospital que têm como almofada algumas toalhas dobradas... Há doentes com pijamas a desfazer-se... etc. etc. Felizmente, recebem toda a dedicação de médicos, enfermeiros e auxiliares que, incansavelmente e com tantas limitações, dão o seu melhor.
Basta um ferro ferrugento para o cavalo perder a ferradura. Mas, já há demasiados pregos oxidados!
Pense e aja, quem de direito.
Quem sabe um dia, o infortúnio não calha a alguém da nossa família... ou a nós.
Madalena Castro