Políticos profissionais ou profissionais da política

Para quem só consome publicidade e promessas políticas, não convive com traidores, tem uma noção diferente, deturpada da verdade e da realidade. Mais um motivo para que gente séria e honesta não se sintam motivados para se imiscuírem na política. Além dos que já conjugam a atividade política com a profissional, os designados políticos com profissão na maioria advogados conhecedores de leis pois facilita-lhes o trabalho de interpretação e promoção das mesmas. Disponibilizam-se para cargos político partidários, mas que por vezes vêm por encomenda de setores que poderão fazer valer interesses de quem os apoia e os coloca à disposição dos eleitores. Depois haverão os políticos profissionais, pessoas que enveredaram por uma carreira académica muito vinculada à política, as ciências políticas, a sociologia, a economia e relações internacionais, dar-lhe-ão esse estatuto para exercer a política de forma profissional. Depois virão os profissionais da política, os que se acham capazes de desempenharem cargos políticos, que contribuam para o desempenho das atividades de cargos públicos e que acham que devem ser muito bem remunerados pois as suas competências são válidas para tal exigência. Mas há os que agora com o aparecimento da IA (inteligência Artificial) os que se acham capazes de desempenhar essas funções como políticos virtuais recorrendo a este novo método para aparecerem como uma inovação na classe política do futuro, aqueles a quem chamá-los-ia de utilizarem a (inteligência artificial há muito existente em Portugal) a da chico-expertise ou esperteza saloia.

A Constituição da República garante a qualquer cidadão maior de 18 anos, com nacionalidade portuguesa por nascimento ou adquirida, em plenas faculdades mentais, sem penas de prisão, ter direito a acesso em situação de igualdade e liberdade a cargos públicos. Quem faz a avaliação das faculdades mentais e psíquicas desses cidadãos? Será que é exigida uma certidão de registo criminal permanente para o efeito? Até quando será por imposição que os eleitores elegerão os seus eleitos/governantes? Quando uma empresa contrata um gestor e esse profissional não rende aquilo que seriam as pretensões da administração o despedimento do mesmo é mais do que eminente. Porque razão temos de eleger para governar aqueles que são selecionados por alguém e obrigam aos eleitores a votar mesmo não estando de acordo? Aliás isto não é democracia e o resultado está à vista de todos, em média 50% do eleitorado não vota pois não se identifica e já não acredita neste modelo de cleptocracia (sistema político que permite a corrupção). Quando ainda oficialmente não começou a venda dos produtos políticos, já se vê pelo desenrolar das mensagens semeadas pela cidade, com cartazes onde a ofensa, a promiscuidade e o acusar simultâneo de tudo o que de mau a democracia tem feito, o resultado não será outro que, um povo desiludido, defraudado, indignado e revoltado ficando à espera da implosão dum sistema o qual estará dinamitado pelas 14 forças políticas que se apresentam ao eleitorado com um único propósito: o de dar cabo definitivamente da democracia. Espero que a liberdade não morra espezinhada por incompetentes e que possamos futuramente retirar as ilações de modo a poder restaurar a democracia, restituir a liberdade e resgatar os valores da sociedade. Porque se aniquilarmos a cleptocracia eliminando o vírus (vício) da corrupção, poderemos futuramente MUDAR o rumo e devolver a democracia a quem de direito, mas para tal será imperioso formar os cidadãos para a democracia.

A. J. Ferreira