Eu Voto! O apelo de Marco Paulo Freitas
O Presidente da Associação de Esgrima da Região Autónoma da Madeira (AERAM) diz que a caneta é a 'espada' da democracia
Um por todos e todos por um!... A frase eternizada por Alexandre Dumas está omnipresente na realidade da Esgrima e, na minha perspectiva, adequa-se mais do que nunca ao momento político que vivemos na Madeira.
O lema dos mosqueiros de Dumas é um apelo à camaradagem em momentos de luta, à amizade em tempos de dificuldade e uma chamada à responsabilidade nas alturas de decisão.
Nas pistas, como nas histórias dos mosqueteiros, os esgrimistas não viram a cara ao duelo, ao adversário que se apresenta pela frente, muitas vezes desconhecido e resguardado na proteção incógnita da máscara.
Tantas vezes vitoriosos quantas derrotados, os esgrimistas sabem que a verdadeira vitória não se encontra na desistência, na fuga, no medo de tentar o toque mágico ou no virar de costas ao desafio que lhe é apresentado. O sentimento de tristeza valorizado não é o da abstenção, mas o de não ter conseguido levar por diante de forma bem-sucedida o ataque ao adversário em pista.
No próximo acto eleitoral a que os madeirenses são chamados, talvez pudéssemos todos ser um pouco mais como os mosqueteiros.
É que não participar, não votar, é uma declaração de desistência. Por isso, o meu apelo é para que apesar de todas as razões negativas que impedem de acreditar no sistema político se encontre um motivo, uma réstia de orgulho em prol do povo madeirense para fazer um X.
Deixar o destino por mãos alheias nunca fez parte do sangue deste ilhéu perdido no Atlântico. Sempre me contaram histórias de um povo em bicos de pés contra a tirania e a injustiça, um pouco como os mosqueteiros de Dumas. Uma altivez e uma coragem que nos faz marcar presença digna nos quatro cantos do mundo...
Afinal, num povo assim, qual é o medo de se levantar para marcar uma cruz, para participar e influenciar o futuro de todos e de cada um. Não falaremos nas esquinas das ruas, nos cafés domingueiros, nos chats das redes sociais e nos espaços dos media com mais orgulho daquilo que fizemos no domingo eleitoral?
Como se diz num início de um duelo de Esgrima: “En garde! Prêt? Allez...” (Em guarda! Prontos? Começar...) Sem medos. Votar não morde.