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Madeira

PCP defende que os trabalhadores da Região têm motivos acrescidos para aderir à greve

O PCP realizou esta terça-feira, 9 de Dezembro, uma jornada de contacto com os trabalhadores e a população da cidade do Funchal, defendendo que existem “razões acrescidas” para a participação na greve geral de 11 de Dezembro, convocada pelo movimento sindical unitário.

A iniciativa decorreu na Rua Dr. Fernão Ornelas e contou com a presença do dirigente comunista Ricardo Lume, que criticou duramente as propostas laborais em discussão. Segundo afirmou, “o pacote laboral do Governo da República é uma verdadeira declaração de guerra aos trabalhadores”, justificando, por isso, a necessidade de uma forte participação na paralisação nacional. Ricardo Lume acrescentou que, “em pleno século XXI, [os trabalhadores] não aceitam práticas laborais dignas do século XIX”.

Segundo o dirigente, as medidas em causa configuram “uma ofensiva violenta” contra direitos laborais, alegando que agravam a precariedade, os baixos salários, a facilidade de despedimentos e a desregulação dos horários de trabalho.

Ricardo Lume sustentou ainda que os trabalhadores madeirenses enfrentam condições particularmente difíceis. Entre os problemas apontados estão salários líquidos mais baixos do que no resto do país, ausência de subsídio de insularidade para trabalhadores do setor privado, uma das mais altas taxas de inflação e o impacto acentuado de horários irregulares e vínculos precários, devido ao peso de setores como hotelaria, restauração, turismo e construção civil.

O dirigente sublinhou a necessidade de mobilização colectiva, afirmando que “é na rua, nos locais de trabalho e através da acção colectiva que será possível derrotar este pacote laboral e abrir caminho a uma política que valorize o trabalho e os trabalhadores”.

Ricardo Lume concluiu recordando lutas anteriores, defendendo que “no passado, foi com a luta que reconquistámos direitos roubados” e que a greve geral de 11 de Dezembro constitui “uma etapa decisiva”.