DNOTICIAS.PT
Madeira

UNE critica orçamento de 19,7 milhões para o Porto Santo

Vereador Luís Bettencourt aponta falta de detalhe e transparência

None

O vereador eleito pelo UNE – Unidos pelo Nosso Porto Santo, Luís Bettencourt, veio hoje a público criticar a proposta de orçamento municipal no valor de 19,7 milhões de euros, considerando que, apesar de ser apresentada como “histórica”, peca por falta de detalhe, clareza e mecanismos de fiscalização.

Numa posição enviada à comunicação social, o UNE afirma que não se deixa “distrair por manchetes”, sublinhando que um orçamento “só é bom se for claro, detalhado, executável e fiscalizável”. Segundo o movimento, é precisamente nesses pontos que o documento falha, apresentando “demasiada propaganda e pouco detalhe”.

O Porto Santo não precisa de um orçamento para fazer figura. Precisa de um orçamento para resolver problemas reais — com rigor, prioridades e prestação de contas. O que hoje se apresenta como “recorde” pode, na prática, ser apenas um cheque em branco, com rubricas vagas e espaço para decisões sem escrutínio público Luís Bettencourt

Na análise mais detalhada ao documento, o UNE aponta como uma das principais 'falhas' a falta de informação concreta sobre intervenções nas estradas. O movimento questiona quais as vias a repavimentar, a extensão das obras, os critérios de selecção, os custos e o calendário. “Sem isto, o povo só recebe a narrativa”, alerta Luís Bettencourt.

Na área da habitação, o vereador considera insuficientes os anúncios genéricos, defendendo que é obrigatório esclarecer “onde, como, com que financiamento, em que prazos, e quem responde se falhar”, sublinhando que “anúncios não são casas”.

Quanto à despesa com pessoal, o UNE exige números “completos e consolidados”, incluindo salários, suplementos, horas, encargos e também avenças, prestações de serviços e outsourcing, que, segundo o movimento, muitas vezes “servem para contornar a fotografia real da despesa corrente”.

Em matéria de transparência e fiscalização, Luís Bettencourt reafirma que as mesmas não se negociam, considerando inaceitável qualquer tentativa de reduzir o escrutínio político e público. “Dinheiro público exige uma regra simples: detalhar, publicar e permitir fiscalizar. Quem não deve, não teme”, sublinha.

Numa outra nota, Bettencourt rejeita leituras de divisão interna no movimento, afirmando que “o UNE não está dividido” e que a divergência de voto “não é fratura — é liberdade e seriedade democrática”. Acrescenta que o que une o UNE é “a defesa do Porto Santo, a transparência e o respeito pelo dinheiro público”.

O vereador critica ainda a tentativa de personalizar o debate orçamental, frisando que “a intenção de voto do UNE nunca é pessoal” e que as decisões são tomadas com base em “factos, documentos, legalidade e interesse público”, e não em “simpatias, pressões ou narrativas”.