O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo acusou esta sexta-feira Luís Marques Mendes de estar a fazer “campanha suja”, durante uma acção de campanha na Placa Central da Avenida Arriaga, no Funchal, onde contou com o apoio e a presença activa de Alberto João Jardim, antigo presidente do Governo Regional.

Confrontado com as declarações de Marques Mendes, que afirmou que o Almirante não tem sentido de Estado nem capacidade para exercer o cargo de Presidente da República, Gouveia e Melo respondeu de forma directa: “Campanha suja anda a fazer aquilo que fala disso e continua a não explicar qual é a sua verdadeira profissão e quais são os interesses que estão envolvidos nessa profissão”. O candidato acrescentou que, “até explicar isso ao povo português”, não tem “nada a dizer a esse senhor”, sublinhando que a questão resulta da “opacidade desse candidato”.

A acção de campanha, até então considerada morna e com pouco contacto com a população, aqueceu com a entrada em cena de Alberto João Jardim, que fez questão de apresentar Gouveia e Melo a vários dos presentes no Mercadinho de Natal, na Placa Central. O antigo líder regional aproveitou ainda a ocasião para dirigir críticas a Luís Marques Mendes, tornando-o também o principal alvo das suas intervenções.

Sobre o apoio de Jardim, o candidato presidencial não escondeu a satisfação. “É verdade. O seu presidente, Dr. Alberto João Jardim, sempre foi um amigo, sempre apoiou desde o início. Há muito tempo vim cá, falei com ele, deu-me muitos conselhos e é um grande apoiante. É um prazer tê-lo como meu apoiante”, afirmou.

Questionado sobre as posições firmes assumidas por Alberto João Jardim, Gouveia e Melo rejeitou a ideia de excesso verbal. “Não são palavras duras, são palavras sábias de quem já anda na política há 40 anos e que não deve nada a ninguém. Isso é muito importante na política”, frisou.

O candidato afastou-se ainda da polémica em torno do ferry na Madeira, defendendo que se trata de uma matéria da competência do Governo Regional, e destacou a importância estratégica dos arquipélagos da Madeira e dos Açores para Portugal. “Sem esses arquipélagos, Portugal diminui”, afirmou.

Já na recta final da campanha presidencial, Gouveia e Melo mostrou-se confiante quanto aos resultados eleitorais. “Digo aos meus adversários: fiquem com as sondagens que eu fico com os resultados”, declarou, admitindo acreditar numa vitória na Região, reforçada pelo apoio e prestígio de Alberto João Jardim na Madeira.