Cotrim defende que políticos devem ter visão reformista independentemente de eleições
O candidato a Presidente da República Cotrim Figueiredo considerou hoje oportuna a mensagem de Natal do primeiro-ministro mas advertiu que a capacidade reformista deve ser independente dos momentos eleitorais.
"É importante que os políticos tenham a coragem que o primeiro-ministro pediu que houvesse agora, mas sempre, não é só quando há um horizonte sem eleições à vista. Mesmo quando há o risco de perder adesão eleitoral, os governantes têm a obrigação de ser corajosos e fazer as reformas que o país precisa, mesmo quando isso pode ser mal compreendido pela população pelo imediato", vincou Cotrim Figueiredo.
O candidato presidencial, que falava aos jornalistas à margem de uma ação de campanha em Bragança, considerou que as mensagens de Luís Montenegro "são importantes" e oportunas mas, frisou, "é sempre necessário ir melhorando e progredindo independentemente do que isso possa representar em termos eleitorais".
"Acho que o papel do primeiro-ministro também é inspirar as pessoas, também é mobilizar", afirmou, considerando, contudo que o a visão "reformista" para o país deve existir independentemente de eleições.
O primeiro-ministro Luís Montenegro sublinhou, este Natal, que está na altura de "desprender da mentalidade do deixar andar" e de "adquirir e trabalhar a mentalidade da superação", dando como exemplo Cristiano Ronaldo.
"Não temos de estar todos de acordo, mas temos de compreender que não é a nossa posição individual o mais importante (...) Agora que vamos ter cerca de 3,5 anos sem eleições nacionais, é a altura de todos nos focarmos em cumprir a nossa responsabilidade e fazer tudo para garantir a Portugal e a cada português um futuro mais próspero", avisou o primeiro-ministro.
Na feira semanal de Bragança, Cotrim Figueiredo disse ter-se inteirado "dos problemas e da qualidade e capacidade de trabalho", ouvindo feirantes e clientes, mas também emigrantes, que aproveitaram a quadra festiva para visitar a terra, admitindo quererem regressar de vez, mas não têm condições.
O candidato garantiu que, enquanto Presidente da República, vai ser "escrutinador do que o Governo está e não está a fazer" e que terá a "responsabilidade de criar condições para que as pessoas possam sentir oportunidade e condições para voltar a Portugal".