Ex-primeiro-ministro malaio Najib Razak considerado culpado de abuso de poder
O ex-primeiro-ministro malaio, Najib Razak, actualmente preso, foi hoje considerado culpado por abuso de poder num mediático julgamento sobre o escândalo de corrupção do fundo soberano 1Malaysia Development Berhad ("1MDB").
O antigo governante de 72 anos, filho de um dos pais fundadores da Malásia, cumpre desde 2022 uma pena de seis anos de prisão relacionada com o desvio de centenas de milhões de dólares daquele fundo financeiro.
Razak está a ser julgado no Tribunal Superior de Kuala Lumpur, reunido em Putrajaya, a capital administrativa da Malásia, por supostos subornos de aproximadamente 2,28 mil milhões de ringgits (cerca de 471 milhões de euros) do "1MDB" e outras 21 acusações de lavagem de dinheiro.
O desvio de centenas de milhões de dólares do "1MDB" para despesas privadas, como a compra de um iate gigante ou pinturas de Monet e Van Gogh, desencadeou investigações nos Estados Unidos da América, Suíça e Singapura.
O juiz presidente, Collin Lawrence Sequerah, rejeitou o argumento da defesa de que o dinheiro depositado na conta do ex-primeiro-ministro provinha de doações do Oriente Médio.
"Considero que a acusação provou a culpa do réu além de qualquer dúvida razoável na primeira acusação", sentenciou Sequerah.
Neste julgamento, cada acusação de abuso de poder acarreta uma pena potencial de até 20 anos de prisão e multa de até cinco vezes o valor do suborno.
Segundo o Ministério Público da Malásia, Najib Razak aproveitou-se da posição de primeiro-ministro, ministro das Finanças e presidente do conselho consultivo do fundo para transferir grandes somas do 1MDB para uma conta pessoal há mais de dez anos.
O ex-líder malaio pediu desculpas pelo escândalo 1MDB durante o mandato, mas mantém que não tinha conhecimento das transferências ilegais provenientes do fundo agora dissolvido.