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Madeira

Vereador do Porto Santo acusa Governo Regional de “incoerência” e “hipocrisia”

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O vereador eleito pelo UNE – Porto Santo, Luís Bettencourt, tomou uma posição sobre as declarações do secretário regional da Economia, José Manuel Rodrigues que pediu a intervenção urgente do Governo da República,  em particular do Ministério das Infraestruturas e Habitação, para desbloquear a retenção de contentores no porto de Leixões e salvaguardar o abastecimento da Madeira.

Afirmações que, protesta o vereador, “mostram bem que, quando convém, o Governo Regional sabe apontar responsabilidades a Lisboa e exigir soluções imediatas”.

Por isso, denuncia “a incoerência e a hipocrisia política quando o assunto é Porto Santo”.

“O Governo Regional ataca Lisboa, fala em abastecimento, bens essenciais e lesão da economia regional. Porém, faz exactamente o mesmo a Porto Santo quando permite, ano após ano, que a ilha fique semanas sem a ligação marítima regular, colocando em causa a continuidade territorial, o abastecimento, a mobilidade e a estabilidade económica e social dos porto-santenses”, afirma o vereador do UNE.

A a linha marítima entre ilhas, lembra, é da tutela do Governo Regional da Madeira.

“Ou seja, quando acusa Lisboa de falhar, o Governo Regional devia ter a honestidade de reconhecer que está a falhar gravemente com Porto Santo naquilo que depende diretamente das suas próprias decisões e da sua própria gestão”, protesta.

Luís Bettencourt lembra que este não um problema imprevisto. “Estamos a falar de uma realidade recorrente e previsível. Para 2026, está publicamente indicado que o navio que assegura a ligação regular entra em manutenção a partir de 5 de janeiro, prevendo-se cerca de cinco semanas de imobilização. Cinco semanas em que o Porto Santo fica vulnerável, dependente de alternativas insuficientes e sujeito a riscos que não são aceitáveis num serviço público essencial”, explica.

E a pergunta que deixa é simples: “porque é que o Governo Regional exige a Lisboa o que não garante a Porto Santo?”

O UNE exige que o Governo Regional “assuma, com clareza, a sua responsabilidade e tutela sobre a ligação marítima entre ilhas; garanta soluções robustas e contínuas durante a paragem, com capacidade e previsibilidade; respeite Porto Santo com a mesma energia com que exige respeito para a Madeira”.

A continuidade territorial, diz, “ não pode ser discurso para uns e silêncio para outros. Tem de ser uma obrigação real  para todos. Também para Porto Santo”.