RIR manifesta "preocupação e incredulidade" face ao desfecho do caso da agressão em Machico
Através de comunicado assinado por Liana Reis, o partido Reagir Incluir Reciclar (RIR) reagiu com preocupação à notícia divulgada em primeira mão pelo DIÁRIO em manchete, neste domingo, dando conta de que a vítima do caso de violência doméstica ocorrido em Machico terá perdoado o agressor e que o caso não seguirá para julgamento.
Agressor perdoado pela mulher livra-se da justiça
A manchete desta edição de 21 de Dezembro de 2025 revela que Mulher perdoa agressor e caso não será julgado. Acrescentamos que "as imagens do bombeiro de Machico a bater na mulher na presença do filho de 9 anos, captadas em vídeo, chocaram o País no passado mês de Agosto". Leia tudo na página 5.
Em comunicado, o partido manifesta a sua "preocupação e incredulidade" perante o desfecho do caso, recordando que em Agosto passado já havia condenado veementemente os actos de violência praticados e alertado para a necessidade de "uma justiça célere, firme e verdadeiramente protectora das vítimas".
O RIR sublinha que o caso levanta "sérias questões" e não pode "deixar de causar alarme social", recordando que a violência doméstica é um crime público, cuja prossecução não deveria depender do perdão da vítima, "muitas vezes condicionada por fatores emocionais, económicos, psicológicos ou pelo medo de represálias".
Para o partido, é "inaceitável que se continue a transmitir à sociedade a ideia de que a violência doméstica pode ficar sem consequências efectivas", alertando que tal contribui para a banalização de um crime grave e para a perpetuação de ciclos de violência.
No comunicado, o RIR defende três princípios fundamentais: que "a protecção das vítimas deve estar sempre acima de qualquer outra consideração", que o "sistema judicial deve assegurar que a retirada de queixa ou o perdão não se traduzam em impunidade" e que as crianças envolvidas nestes contextos devem ser reconhecidas como vítimas directas, merecendo especial atenção e proteção.
O partido conclui assumindo uma "posição clara e intransigente: a violência doméstica não se perdoa, combate-se com justiça, protecção e responsabilidade institucional", prometendo manter-se atento a este e a outros casos semelhantes.