Élvio Sousa alerta para necessidade de reduzir custo de vida na Madeira
O líder do Juntos pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, voltou esta manhã a alertar para a necessidade urgente de reduzir o custo de vida na Região Autónoma da Madeira, recordando um estudo encomendado pelo Governo Regional em 2019 e criticando as prioridades orçamentais do executivo PSD/CDS, que, afirma, continuam a ignorar os problemas reais das famílias madeirenses.
“Em 2019, um estudo que tem sido esquecido, encomendado pelo Governo Regional da Madeira à Aximage, subordinado ao tema ‘Estudo qualitativo para a avaliação da realidade social, cultural e económica da RAM’, identificou o custo de vida como um dos temas mais referidos pelos quase cinco mil inquiridos”, recorda o líder do JPP em nota à imprensa.
“O estudo mantém toda a atualidade”, sublinha Élvio Sousa, acrescentando que, “para além da referência aos salários baixos e ao custo com a água (ARM), a luz e o gás, os madeirenses inquiridos falam dos produtos que são mais caros do que no Continente”.
“Esses preços são ainda agravados pelos custos dos transportes de mercadorias e pelo IVA, que tem apenas um ponto percentual de diferença em relação ao nacional, situado nos 23%”, critica.
“Seis anos depois, continuamos com os mesmos problemas”, lamenta Élvio Sousa, apontando “a agravante da falta de habitação a preços acessíveis, que deixa famílias em total desespero e jovens sem futuro”.
“A redução do custo de vida deve ser uma prioridade”, defende o dirigente do JPP, frisando que “está nas mãos do Governo PSD/CDS concretizá-la” e que “basta querer”.
“A descida dos impostos e do IVA tem impacto direto nas famílias, nas empresas e nas pessoas”, sustenta, considerando que esta medida “constitui a fórmula direta para criar riqueza, emprego e promover melhores salários e formação para os trabalhadores”.
“Dessa fórmula faz também parte a abertura de mais concorrência na operação portuária”, afirma Élvio Sousa, defendendo que esta é “indispensável para a equiparação de preços mais competitivos no transporte de mercadorias entre a Madeira e o Porto Santo”.
“O mesmo se aplica à redução do preço do gás e à sua integração na lista dos produtos petrolíferos”, acrescenta, salientando que se trata de um produto “que há décadas foge, curiosamente, à regulação”.
“É igualmente essencial a criação de todas as condições infraestruturais, como a disponibilização de uma segunda rampa”, afirma, para “concretizar uma ligação marítima entre o Arquipélago da Madeira e Portugal Continental, via ferry”.
“A promessa de um salário base para os jovens e do subsídio de insularidade para os trabalhadores do setor privado, prometida e inscrita no Orçamento deste ano, não passou do papel”, denuncia o líder do JPP.
“Numa Região onde faltam casas, onde as famílias vivem sufocadas pelo crédito e pela renda, e onde os jovens abandonam a Madeira”, critica, “o Governo acaba por duplicar o Orçamento de 2026 para os campos de golfe”.
“Quando se compara o que é gasto nessas infraestruturas com o que é destinado a cirurgias”, sublinha, “fica claro que isto não são prioridades”.
“Isto é um insulto”, conclui Élvio Sousa.