Israel lança ataque em Gaza apesar do cessar-fogo, alegadamente contra o Hamas
O exército israelita disse ter bombardeado uma posição na cidade de Gaza (norte), apesar do cessar-fogo em vigor, e garantiu que o objetivo era matar um alvo "chave" do Hamas, de acordo com um comunicado hoje divulgado.
"O Exército e o serviço de segurança interna (Shin Bet) atacaram um terrorista importante do Hamas na zona da cidade de Gaza. Nos últimos meses, o terrorista operava para restabelecer as capacidades do Hamas e a sua produção de armas", adianta a mesma nota, citada pela agência EFE.
Três pessoas morreram no ataque, de acordo com as estatísticas dos hospitais de Gaza, partilhadas por jornalistas locais presentes nas morgues desses mesmos hospitais.
A agência notícias palestiniana Wafa afirmou que o ataque foi feito com um drone, visava um veículo no cruzamento de Nablus (a sudoeste da capital de Gaza) e causou um número ainda indeterminado de mortos e feridos. O cruzamento fica na estrada de Rashid, que atravessa Gaza de norte a sul ao longo da costa.
Os meios de comunicação israelitas indicam que o alvo do ataque era Raed Saad, alto comandante do grupo islâmico. A Rede de Notícias Quds afirma que o ataque matou quatro pessoas.
A rádio do Exército de Israel informou que as forças armadas tentaram atacar Saad duas vezes nas últimas duas semanas, mas ambos os ataques foram cancelados à última hora. Além disso, Saad sobreviveu a outros ataques direcionados durante a guerra.
A agência espanhola EFE contactou o exército israelita para perguntar se o ataque resultou na morte de Raad, mas ainda não obteve resposta.
A guerra na Faixa de Gaza foi iniciada quando o grupo radical palestiniano Hamas atacou solo israelita em 07 de outubro de 2023, provocando cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma operação militar que provocou mais de 70 mil mortos no enclave, na maioria civis, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do território, um desastre humanitário e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Apesar de um acordo de cessar-fogo em Gaza que interrompeu os intensos combates de dois anos de guerra, as autoridades de saúde do enclave, tuteladas pelo Hamas, dizem que mais de 360 palestinianos foram mortos por ataques israelitas desde que a trégua entrou em vigor, em 10 de outubro.