Miguel Albuquerque considera greve geral “despropositada”
“Temos de assegurar os serviços mínimos, mas esta greve é completamente despropositada". Foi assim que o presidente do Governo Regional reagiu à greve geral, marcada para amanhã.
Miguel Albuquerque, que falava durante a inauguração da loja 'Somos', no Largo do Pelourinho, no Funchal, não tem dúvidas de que "temos de começar a pensar em qual é o mundo que estamos a viver. O mundo mudou, precisamos de ter uma economia competitiva e não vale a pena estarmos agarrados ao passado. Quem não consegue perceber isso, não consegue olhar para o futuro".
O presidente do Governo defende "muito maior flexibilidade", nomeada mente na área laboral. “Isto não quer dizer que os direitos dos trabalhadores não tenham de ser assegurados. A própria empresa mudou muito. É muito importante Portugal continuar a crescer economicamente a assumir um acréscimo da produtividade".
Confrontado com as posições dos sindicatos que consideram o pacote laboral do Governo da República o maior ataque aos direitos dos trabalhadores, Albuquerque diz que “o que acontece é que muitos sindicatos estão condicionados pelos partidos comunistas e grande parte das greves são motivadas por interesses partidários, quando um governo de centro-direita, quando um governo de esquerda está lá há muito poucas greves".
O pacote laboral, afirma, "introduz algumas das regras que a maioria dos países europeus já têm e nós temos de acompanhar a evolução. A Europa, em 1990, tinha 20% do PIB mundial e neste momento tem 14%. Ou olhamos para aquilo que é a realidade do mundo de hoje, ou fechamos os olhos e fazemos como a avestruz".
Albuquerque continua a defender do Estado social e os direitos dos trabalhadores, mas lamenta a "grande desinformação sobre o conteúdo da lei" que motiva a greve geral.
“Há sempre capacidade negocial, ainda ontem fizemos um acordo na hotelaria com aumentos de 6%, o que é justo uma vez que o sector da hotelaria tem crescido", afirmou.
A loja 'Somos', das irmãs Érica e Mariana Sousa, situada no Largo do Pelourinho é dedicada à moda - as peças exclusivas são autoria de Mariana - e estética e tem como alvo os turistas, mas também o mercado local.
As peças apresentadas têm motivos madeirenses, desde os carros de cesto, bordado Madeira, flores e o espaço está decorado com referências locais, como a palha de bananeira e o calhau.
Albuquerque visitou a loja acompanhado pelo secretário regional de Economia, José Manuel Rodrigues.