DNOTICIAS.PT
País

Marcelo considera que Web Summit fez mudar a economia também com ajuda dos imigrantes

None
Foto CARLOS M. ALMEIDA/LUSA

O Presidente da República considerou hoje que a Web Summit, que se irá realizar pela décima vez em Lisboa, representou uma revolução e contribuiu para mudar a economia portuguesa, também com ajuda dos imigrantes.

Marcelo Rebelo de Sousa discursava em inglês, no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, durante um encontro com 'startups' que vão participar na 10.ª edição da Web Summit, na próxima semana, perante Paddy Cosgrave, cofundador e presidente executivo desta cimeira tecnológica.

"O Paddy realmente trouxe a revolução para Portugal", afirmou o chefe de Estado. "Foi uma revolução em Portugal. Às vezes nós não temos a noção daquilo que muda, mas mudou imenso o panorama económico português", reforçou, depois, aos jornalistas.

O Presidente da República referiu que nestes anos o peso do digital na economia cresceu "cada vez mais", surgiu regulamentação em Portugal antes de noutros países da Europa e o número dos chamados unicórnios, 'startups' avaliadas em mil milhões de dólares, foi aumentando e são atualmente sete, podendo surgir mais três nos próximos anos.

"Para um pequeno país, de dez milhões, uau", comentou o chefe de Estado, acrescentando: "Claro, muito devido aos imigrantes. Eu reconheço isso. Talvez, por enquanto, seja minoria, mas reconheço".

Marcelo Rebelo de Sousa destacou o a "plena expansão" do Brasil, "como país, como povo, como digital" e a chegada de brasileiros a Portugal nos últimos anos: "Eram 180 mil, agora são 600 mil. E não se pode pará-los, o que é bom".

"Depois, os asiáticos. Os asiáticos estavam a mudar o mundo. Os asiáticos e a Ásia, as diferentes Ásias", prosseguiu.

Com o secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, também presente neste encontro, o Presidente da República realçou que a Web Summit teve apoio de governos e executivos municipais mais à esquerda e mais à direita.

Marcelo Rebelo de Sousa prometeu aparecer "de surpresa" na edição deste ano desta cimeira tecnológica em Lisboa, que decorrerá entre segunda e quinta-feira da próxima semana.

No fim do encontro, em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado considerou que este "foi um daqueles casos em que houve um acordo de regime".

"Foi um Governo de direita que preparou a vinda da Web Summit, depois foi um Governo de esquerda que a fez vir. E agora um Governo de direita assegura a continuidade. Foi um presidente da Câmara de esquerda que esteve no lançamento, há um presidente da Câmara de direita que está agora a acompanhar a Web Summit", disse. 

Por outro lado, destacou o desenvolvimento tecnológico da China e de outros países asiáticos, o que no seu entender "é irreversível" e se irá refletir em "cada vez mais asiáticos na Web Summit", e também "cada vez mais, como está a haver, latino-americanos, sul-americanos, brasileiros, nomeadamente". 

No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa falou ainda das desigualdades existentes em Portugal, identificando dois países "com ritmos diferentes", um país dos mais jovens e da alta tecnologia, e "o resto do país envelhece e tem de se adaptar a outro ritmo".

Nos termos de um contrato assinado em 2018 com o Governo e a Câmara Municipal de Lisboa, a Web Summit comprometeu-se a manter-se na capital portuguesa por mais dez anos e a não realizar eventos concorrentes na Europa durante este período, recebendo em contrapartida 11 milhões de euros por cada edição.

No total, o financiamento é de 110 milhões de euros, dos quais 80 milhões provenientes do Estado português, repartidos entre 2019 e 2028.