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A Guerra Mundo

Zelensky pede a Orbán que não bloqueie adesão de Kiev à UE

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje ao primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, para não bloquear a adesão do país à UE.

"Gostaríamos que o primeiro-ministro húngaro nos apoiasse ou, pelo menos, não nos bloqueasse", afirmou num fórum sobre o alargamento da UE organizado pela estação de televisão Euronews, em Bruxelas.

O processo de adesão da Ucrânia à UE, iniciado depois da invasão russa, em fevereiro de 2022, está parado há vários meses.

Este longo e complexo processo de adesão exige o acordo unânime de todos os 27 Estados-membros em cada nova etapa.

No entanto, o chefe do Governo húngaro vetou e travou o processo de adesão da Ucrânia.

Orbán, que cultiva laços estreitos com o Presidente russo, Vladimir Putin, afirma que a adesão da Ucrânia "ia arruinar" a UE.

Entretanto, Zelensky visitou as tropas ucranianas em Pokrovsk, na região de Donbass (leste), palco de intensos combates e sob o risco de ser tomada pelo exército russo.

"Ouvi os relatórios dos militares, discuti a situação na linha da frente e as necessidades mais prementes, e prestei muita atenção às questões do armamento, ao aumento da produção de drones, às necessidades das brigadas, à experiência do primeiro corpo da Guarda Nacional da Ucrânia Azov e outras", escreveu Volodymyr Zelensky na rede social Facebook, de acordo com a agência de notícias ucraniana Ukrinform.

Nos últimos dias, a Rússia intensificou a pressão sobre Pokrovsk, situada na região industrial de Donbass, que o Kremlin pretende conquistar como prioridade.

A cidade de Pokrovsk, que contava com cerca de 60.000 habitantes antes da invasão, situa-se num ponto estratégico de cruzamento ferroviário e rodoviário, o que significa que uma captura ia abrir caminho para oeste, onde as defesas ucranianas são menos fortificadas, de acordo com uma análise feita pela agência de notícias France-Presse com dados da organização não-governamental Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês).

No sábado, o exército ucraniano afirmou que estava em curso uma operação "complexa" envolvendo forças especiais para expulsar os soldados russos que se tinham infiltrado na cidade mineira.

"Obrigado por defenderem a Ucrânia, a nossa integridade territorial", afirmou o Presidente ucraniano, enquanto condecorava os militares estacionados na cidade, de acordo com um vídeo divulgado pela presidência.

"Estão a prestar serviço num setor tão importante. Este é o nosso Estado, este é o nosso leste e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que continue ucraniano", continuou, desejando aos soldados "vitória sobre o inimigo todos os dias".

Zelensky encontrou-se também com o comandante das forças Azov, Denys Prokopenko, uma figura emblemática entre as Forças Armadas ucranianas pelo papel na defesa do complexo siderúrgico Azovstal, um símbolo de resistência na cidade sitiada de Mariupol em 2022.

A Rússia, que legitima a invasão da Ucrânia com o objetivo de desnazificar o território, utiliza as tropas Azov como um exemplo deste argumento devido às ligações destas tropas com movimentos de extrema-direita e ultranacionalistas.

O grupo, formado em 2014, em Mariupol, começou por ser uma milícia armada e posteriormente integrado no exército regular ucraniano.