Dina Letra afirma que "na Madeira, a coligação PSD-CDS não serve o povo"
A coordenadora regional do Bloco de Esquerda Madeira afirmou, na XIV Convenção Nacional do partido, que, "na Madeira, coligação PSD-CDS não serve o povo". Dina Letra assumiu que esta coligação "serve-se do povo para proteger uma elite". "E com uma máquina de propaganda oleada por décadas de poder absoluto, vende uma ilha das maravilhas, onde tudo cresce. Cresce o turismo, cresce a economia, crescem os lucros extraordinários, cresce a receita fiscal e o emprego", atirou.
"Vivemos na ilha das maravilhas! Não para o povo, não para quem trabalha, mas para os beneficiários dos vistos gold e das borlas fiscais, para os especuladores imobiliários e para jogadores de golfe, o novo fetiche de Miguel Albuquerque", afirmou Dina Letra.
Na sua intervenção, nessa convenção em Casal Vistoso, onde está presente um delegação da Madeira com 14 elementos, a coordenadora regional disse que "a realidade mostra que crescem sem parar os preços dos bens essenciais e o custo de vida, com uma inflação superior a 3%, cresce de forma brutal os preços especulativos das casas e do arrendamento, que nenhum madeirense da classe média consegue pagar com o seu salário. Degrada-se o serviço público de saúde, com cortes já anunciados, e os cuidados aos nossos idosos mais vulneráveis".
"Cresce a pobreza do povo que trabalha, a desigualdade e os pedidos de ajuda ao Banco Alimentar. Só não crescem salários e pensões", apontou Dina Letra, que recordou os dados relativos ao risco de pobreza, "fruto de políticas erradas que esbanjaram milhares de milhões de euros de vários quadros comunitários em dezenas de projectos inúteis, muitas festas e uma rede tóxica de amiguismo marcada pelo conluio e pela opacidade".
"Com o risco sério e crescente de cortes nos fundos de coesão da União Europeia, para financiar a máquina da guerra, agrava-se o futuro da Região, e os jovens vêem na emigração a quase única alternativa de vida", lamenta Dina Letra, indicando que ninguém discute a prioridade de uma política de natalidade capaz.
O combate à crise climática é uma miragem e até a nossa floresta Laurissilva, património natural e da humanidade, está a ser alvo do maior assalto de sempre, na continuidade da política de betão e da pressão estrativista do turismo e do lucro. Dina Letra
A bloquista assumiu que o anteprojecto do pacote laboral "é um insulto a quem constrói e cuida deste país todos os dias", mas assumiu que "não tem de ser assim". "Queremos uma vida boa, com salários que sejam mais do que pagar as contas e tentar sobreviver. E a resposta é política e está na esquerda, naquela que discute e apresenta soluções para a vida concreta das pessoas, que luta pela nossa gente, que não tem medo de lobbies e patrões. A luta é socialista e anti-capitalista", disse.
"Sabemos que será longa a luta, mas desistir dela, nestes tempos que nos coube viver, seria desistir da liberdade e da democracia que a fez nascer", assumiu Dina Letra, acrescentando que o BE honra os valores da República: liberdade, igualdade, fraternidade. "Honramos e não abdicamos das conquistas de Abril, pois a liberdade a sério só se faz com a paz, o pão, habitação, saúde educação, para todas e para todos", afiançou.
"E precisamos do Pureza, da Mariana e da Catarina, do Adelino, do Samuel e da Sofia. Precisamos todas e de todos vós, militantes, simpatizantes, democratas, gente que acredita que a decência é mais forte que a indecência", terminou.