ADN acusa Albuquerque de discriminar trabalhadores do sector privado no subsídio de insularidade
O partido ADN-Madeira veio a público, esta quarta-feira, através de comunicado assinado pelo seu presidente, Miguel Pita, criticar duramente o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, por declarações relacionadas com o subsídio de insularidade, benefício actualmente exclusivo da função pública na Região Autónoma da Madeira.
Segundo o partido, as afirmações do governante revelam uma "injustiça social" ao excluir os trabalhadores do sector privado deste apoio, tratando-os como "cidadãos de segunda categoria". O ADN defende que o subsídio de 680 euros anuais deveria abranger todos os trabalhadores da Região, independentemente do sector onde exercem funções.
Considera particularmente grave a situação dos residentes no Porto Santo, que enfrentam uma realidade de "dupla insularidade", agravando as limitações já sentidas por viverem numa região ultraperiférica.
O partido reagiu ainda a declarações atribuídas a Albuquerque, nas quais este terá afirmado que "por isso é que os trabalhadores continuam a votar no meu partido e nós continuamos a governar". Para o ADN, o presidente deveria representar todo o eleitorado e não apenas quem vota no PSD.
O ADN recordou que o PSD-Madeira obteve 62.085 votos nas eleições legislativas de 23 de Março de 2024, cerca de 25% do universo de inscritos (255.380 eleitores). O partido sugere que os aproximadamente 21.000 funcionários públicos, somados aos respetivos agregados familiares, podem representar entre 50.000 e 60.000 votos, o que explicaria a manutenção do poder regional há mais de cinco décadas.
O ADN concluiu lembrando que o subsídio pago à função pública é financiado através dos impostos pagos pelo sector privado, reforçando o argumento de que todos os trabalhadores deveriam ter acesso ao benefício.