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Orçamento do Estado País

Líder do BE acusa PSD, Chega e PS de "jogo perigoso" e "farsas"

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A coordenadora nacional do BE, Mariana Mortágua, acusou hoje PSD, Chega e PS de estarem envolvidos num "jogo perigoso" e em "farsas" que vão ter como consequência a aprovação do Orçamento de Estado para 2026 e da lei da nacionalidade. 

"Dentro de minutos, os deputados do PS e PSD vão levantar-se para viabilizar um mau orçamento que merece a concordância silenciosa do Chega. Horas depois, o Governo usará o apoio da direita para aprovar a lei da nacionalidade. E amanhã usará esse mesmo apoio para aprovar uma Lei do Trabalho que ataca a maioria que trabalha", acusou Mariana Mortágua, no encerramento do debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.

A líder do BE, que já tinha anunciado o seu voto contra, insistiu na crítica de que "há um partido que Governa sem definir os termos do debate", o PSD, "outro que define os termos do debate sem governar", o Chega, (que vai votar contra o orçamento a generalidade), e um terceiro que "sem governar e sem definir os termos do debate assina o cheque", o PS, (que se vai abster na votação do Orçamento, permitindo a sua aprovação).

"O Chega organiza a política do sistema, o PSD passa a escrito e o PS assina por baixo", atirou.

Na ótica de Mariana Mortágua, "para comprar a autoproclamada abstenção exigente do PS, o Governo promete um orçamento enxuto, expurgado de referências ao IRC, ao trabalho, à imigração e diz que isto é boa governação".

"Na verdade, não passa de uma farsa que não durou meia hora desde o início do debate do orçamento, quando o primeiro-ministro apresentou um documento embrulhado na discriminação dos imigrantes e nos ataques à segurança no trabalho. O Chega, enquanto caminha de braço dado com o Governo, agarra-se ao que pode e ao que não pode para se opor ao orçamento", criticou a bloquista.

Mortágua continuou, afirmando que o PS se congratula "com o facto de o orçamento esconder a política que o primeiro-ministro assumiu no debate orçamental", viabilizando "o principal instrumento de governação".

"E enquanto as três maiores bancadas parlamentares jogam este jogo perigoso, o orçamento existe. (...) Contra jogos e farsas, neste orçamento como nos debates que lhe vão seguir, cá estaremos para dizer o que importa: este povo merece ter casa e um salário que a pague", afirmou.