Saiba os impactos da mudança de hora e adapte-se a esta alteração
Tal como DIÁRIO noticiou, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, na última sexta-feira, manifestou-se contra a mudança para a hora de Inverno, que entrou em vigor na madrugada deste domingo, afirmando que “a hora devia ser igual em todo o lado, assim estava o assunto resolvido.”
O governante criticou a alternância de horas, considerando que esta prática causa incómodos à população, altera rotinas diárias e complica a organização de transportes, dos serviços e do comércio.
Na Madeira, a mudança para a hora de Inverno ocorreu na madrugada de hoje, 26 de Outubro, quando os relógios foram atrasados em 60 minutos, passando das 2h00 para a 1h00.
Objectivo da mudança de hora
Em Portugal, os relógios mudam duas vezes por ano, com o objectivo de aproveitar melhor a luz do dia, reduzindo o consumo de energia eléctrica e, consequentemente, poupando energia e alinhando a actividade diária com o ciclo solar.
Esta alteração tem sido alvo de debate, já que estudos recentes indicam que os benefícios energéticos são actualmente reduzidos, enquanto os impactos negativos sobre o sono, a saúde e as rotinas diárias se tornam mais evidentes. Na União Europeia, a discussão sobre a abolição desta prática mantém-se activa e a possibilidade de adoptar um horário fixo ao longo de todo o ano continua a ser uma hipótese ‘em cima da mesa’.
Que impactos essa mudança tem na saúde?
Riscos cardiovasculares
A neurologista Teresa Paiva, em declarações à CNN Portugal, afirmou que as mudanças de hora, especialmente a de primavera, são prejudiciais para a saúde. Segundo a especialista, adiantar o relógio aumenta o risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, acidentes, complicações em partos, abortos e, até, erros médicos.
Distúrbios do sono
A pneumologista e especialista do sono Vânia Caldeira também defende que a mudança bianual da hora deveria ser eliminada e que se deveria manter o horário de Inverno ao longo de todo o ano. À CNN Portugal, a especialista explicou que este é o horário padrão e o mais adequado do ponto de vista biológico, por favorecer uma melhor sincronização entre o ciclo do sono e a luz solar. Segundo a médica, o horário de Inverno facilita o adormecer, promove um sono mais contínuo e menos fragmentado e garante, ainda, uma exposição à luz adequada durante a manhã, contribuindo para um melhor funcionamento do organismo.
Alterações de humor e bem-estar
A privação do sono e a desregulação do ritmo biológico podem causar irritabilidade, ansiedade, falta de motivação, cansaço e até sintomas depressivos, especialmente em pessoas mais sensíveis à mudança de luz solar.
Impactos em crianças e idosos
Crianças e pessoas mais velhas costumam sentir mais dificuldade em adaptar-se. Nos mais novos, pode haver irritabilidade e perturbações no sono. Nos idosos, pode haver maior fadiga e desorientação nos primeiros dias.
Como adaptar-se à mudança de hora
- Mantenha horários regulares de sono, garantindo pelo menos oito horas de descanso por noite.
- Prepare-se nos dias anteriores, ao reduzir gradualmente o horário de deitar para facilitar a adaptação ao novo ritmo;
- Evite estímulos antes de dormir e afaste-se de ecrãs, cafeína e bebidas alcoólicas;
- Actualize os relógios e siga o novo horário;
- Aproveite a luz natural.
- Crie um ambiente propício ao descanso. Mantenha o quarto escuro, silencioso e com temperatura agradável.
- Seja consistente, mesmo ao fim-de-semana. Deitar-se e acordar à mesma hora todos os dias ajuda o corpo a adaptar-se mais rapidamente à mudança de horário.
A mudança de hora tem efeitos temporários mas reais que afectam os nossos organismos, sendo o sono e o ritmo biológico os mais prejudicados. Com a adopção de certos comportamentos, o corpo tende a reajustar-se em poucos dias.