DNOTICIAS.PT
Madeira

ADN lamenta que saúde mental seja "negligenciada"

None

O ADN - Madeira "alerta para o facto de Portugal estar a enfrentar uma epidemia silenciosa de falta de empatia e saúde mental negligenciada. 

Através de Carolina Silva, partido volta a expor "um problema que Portugal insiste em ignorar: a crise profunda de saúde mental que atravessa o país, reflectida nos mais recentes casos de parricídio noticiados na última década".

"Nos últimos dez anos, Portugal registou cinco casos de filhos que tiraram a vida aos próprios pais, mas ao analisarmos o contexto emocional e familiar de cada um, percebemos que não existiram cinco vítimas, mas sim dez", diz à imprensa. 

Três desses casos ocorreram em lares marcados por violência doméstica, abuso físico, psicológico e emocional. Filhos que cresceram num ambiente de medo e esgotamento, e que acabaram por agir num impulso de sobrevivência emocional ou de protecção de outro progenitor".  Carolina Silva

E prossegue: "O quarto caso, de um homem de 44 anos com esquizofrenia diagnosticada, expõe a falha de acompanhamento psiquiátrico contínuo e respostas eficazes de saúde mental. A mãe tinha feito cinco queixas às autoridades antes do desfecho fatal um exemplo claro de um sistema inoperante, onde a prevenção chega sempre tarde demais e aqui outra falha, prevenção, acção, justiça. Por fim, o caso do menino de 14 anos que matou a própria mãe, vereadora, dividiu o país". 

Carolina Silva lamenta profundamente "a perda de uma mulher pública", mas diz ser "igualmente lamentável a rapidez com que se julgou uma criança, sem acolhimento, preocupação, sem empatia".

"Portugal sofre de uma epidemia invisível de abuso emocional, negligência afectiva e falta de empatia", lamenta. 

"O problema não está apenas nas vítimas ou nos agressores está em todos nós, enquanto sociedade, e dos representantes do país. Antes de julgar um acto, questionemos a dor que o antecede. Enquanto o julgamento for mais rápido do que a empatia, continuaremos a assistir a tragédias anunciadas. Por fim enquanto formos um pais que não dispõe de prevenção e intervenção precoce, tratamento real, acompanhamento psicológico continuaremos a assistir a tragédias anunciadas", concluiu.