Lituânia acusa Rússia de violação do espaço aéreo
O Ministério da Defesa da Lituânia acusou ontem Moscovo de violação do espaço aéreo do país, na fronteira com a Rússia e a Bielorrússia, num incidente que levou à ativação de dois caças espanhóis Eurofighter.
"As nossas forças agiram rapidamente com caças da NATO", escreveu o Ministério na na rede social X, acrescentando que "a Lituânia continua forte e preparada" para defender "cada centímetro" do país.
As Forças Armadas lituanas detalharam, em comunicado, que duas aeronaves russas entraram no espaço aéreo lituano a partir do enclave de Kaliningrado, localizado no oeste do país báltico, cerca das 18:00 (16:00 em Lisboa).
As aeronaves identificadas foram um caça SU-30 e um avião de reabastecimento IL-78 que possivelmente realizavam manobras no enclave russo de Kaliningrado, situado a oeste da Lituânia, acrescentaram os militares lituanos.
Os dois aparelhos entraram no espaço aéreo lituano cerca de 700 metros durante 18 segundos, referiu o mesmo comunicado.
Em resposta ao incidente, dois caças espanhóis Eurofighter, que integram a missão de policiamento aéreo da NATO, levantaram voo e ficaram a patrulhar o local.
O Presidente lituano, Gitanas Nauseda, condenou uma "flagrante violação do direito internacional e da integridade territorial da Lituânia", e apelou para uma resposta dos parceiros europeus.
"Mais uma vez, [o incidente] confirma a importância de reforçar a preparação da defesa aérea europeia", sustentou Nauseda, anunciando que a diplomacia de Vilnius vai convocar o embaixador russo para protestar contra um "comportamento imprudente e perigoso".
Este caso surgiu no dia em que a UE anunciou a aprovação do 19.º pacote de sanções contra a Rússia, logo depois dos Estados Unidos terem divulgado restrições dirigidas às duas maiores petrolíferas russas.
As sanções de Washington contra as petrolíferas Rosneft e Lukoil foram justificadas com "a recusa de [o Presidente russo, Vladimir] Putin em parar a guerra insensata", numa referência à invasão da Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.
Também nesta semana, o Presidente norte-americano, Donald Trump, adiou um encontro que estava previsto para decorrer em Budapeste com o homólogo do Kremlin, para discutir o conflito na Ucrânia.