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Madeira

14% da população madeirense entre os 20 e os 79 anos tem diabetes

Directora de Serviço de Endocrinologia do SESARAM alerta para prevenção e diagnóstico precoce

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Margarida Ferreira, directora de Serviço de Endocrinologia do SESARAM, destacou a necessidade de reforçar a prevenção e o diagnóstico precoce, revelando que 14% da população madeirense entre os 20 e os 79 anos tem diabetes.

“Aqui na Madeira não temos dados actualizados, mas o panorama é semelhante ao nacional. Estima-se uma prevalência de 14% de diabetes entre os 20 e os 79 anos. A diabetes é uma doença crónica, silenciosa e cada vez mais prevalente. Preocupa-me que entre 30% a 40% das pessoas com diabetes não saibam que têm a doença”, afirmou à margem das XVII Jornadas de Diabetes da Madeira e do 1.º Simpósio Satélite de Obesidade.

A especialista lembrou que 80% dos casos de diabetes tipo 2 poderiam ser prevenidos, apontando o envelhecimento, o sedentarismo e os maus hábitos alimentares como factores determinantes.

“Com mais exercício e melhor alimentação, a incidência e a prevalência da diabetes reduzem. A prevenção é possível, mas exige determinação e o envolvimento de todos — escolas, indústria alimentar, famílias, autarquias e governos.”

O Serviço de Endocrinologia do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM, EPERAM) organiza as XVII Jornadas de Diabetes da Madeira e o 1.º Simpósio Satélite de Obesidade, que decorrem hoje e amanhã, no Centro de Congressos do Hotel VidaMar, no Funchal.

A sessão oficial de abertura foi presidida por Micaela Freitas, secretária regional da Saúde e Protecção Civil, que sublinhou a importância da prevenção e dos estilos de vida saudáveis.

“A mensagem que importa passar é que todos nós devemos prevenir, adoptar estilos de vida saudáveis, ter cuidado com a alimentação e ter o acompanhamento médico. No fundo, é importante termos a garantia de que todas as situações estão diagnosticadas. É essa a mensagem que estas acções também permitem transmitir às pessoas.”

Sobre os recursos humanos no SESARAM, a governante referiu que “existem actualmente cinco endocrinologistas no serviço de endocrinologia, além de enfermeiros, psicólogos e nutricionistas”. Sublinhou ainda que “quando pensamos em obesidade e diabetes, não pensamos só nos médicos, é preciso envolver toda uma equipa que presta estes cuidados”.

Quanto à ausência de estudos recentes sobre a diabetes na Região, Micaela Freitas reconheceu que “não existe nenhum estudo recente, mas há várias estratégias em curso”.

“Temos actualmente a Estratégia Regional para a Alimentação Segura e Saudável, que é um contributo importante para estas temáticas. Vai ser alterada em breve com base nos dados do SESARAM. Vamos ter também um guia para a alimentação saudável para crianças até ao primeiro ano de idade. Além disso, os centros de saúde, pela proximidade com a população, são um veículo fundamental na transmissão de informação.”