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Madeira

Há 25 anos existia "escravatura" no Porto Santo

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Há 25 anos, o DIÁRIO fazia manchete com a existência de "escravatura" no Porto Santo. Em causa estava o facto de a ilha dourada ter dezenas de romenos a trabalhar sem contrato, segurança social ou seguro e não receberem ordenado.

A 23 de Outubro de 2000, era noticiado que cidadãos romenos eram vítimas de "escravatura" no Porto Santo.

Centenas destes trabalhadores dos países de Leste estavam na ilha dourada a trabalhar, sobretudo, em empresas de construção civil e que a grande maioria não tinha contratos de trabalho, segurança social ou um simples seguro.

"O jornalista do DIÁRIO viveu alguns dias da vida destes emigrantes clandestinos e pôde testemunhar que são vítimas de chantagem, extorsão e por vezes de maus tratos", podia ler-se.

Na reportagem era explicado que grande parte destes emigrantes clandestinos tinha vindo para o Porto Santo quando arrancaram as obras de reconstrução do "Novo Mundo", mas também devido ao surto de desenvolvimento que um pouco por todo o lado levou à construção de apartamentos, moradias ou pequenas unidades hoteleiras.

"Vindos de Leste, entram ilegalmente em Portugal e em Lisboa um "agente" coloca-os numa empresa de construção civil por cinquenta contos. Para os que querem tratar dos papéis, existe um advogado que trata de tudo por... mil contos", referia o jornalista.

No mesmo artigo era ainda referido que os poucos romenos que ousaram desafiar a empresa, deixando de trabalhar e fazendo greve, ficaram sem direito à cantina e ao comer. E alguns, poucos, viram-se em situação desesperada pois o patrão reteve os seus passaportes pelo que não tinham hipóteses de procurar outro emprego, uma casa para alugar ou simplesmente deixar a ilha.

"O DIÁRIO sabe, por exemplo, que um dos romenos que morreu nos mares do Porto Santo recentemente tinha dinheiro a receber da ETF. E que esta se recursou a pagar, nem se mostrando interessada em endossar à família do falecido o dinheiro que este tinha ganho com o seu trabalho", pode ler-se.