Sindicatos da Função Pública apelam à greve na sexta-feira
O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA) convoca para sexta-feira, 24 de Outubro, todos os trabalhadores da administração pública para a greve, onde querem "dizer ao governo, 'BASTA!'", lê-se numa nota de imprensa emitida esta quarta-feira.
"Os trabalhadores da administração pública não querem continuar este caminho do empobrecimento, da continuação dos baixos salários, da não valorização dos trabalhadores da administração pública nas carreiras e nas profissões, de exigir a revogação do sistema de avaliação, pôr fim aos contratos individuais de trabalho para o vínculo de nomeação e não querem que o Estado deixe de cumprir os seus deveres sociais, de acabar com a escola pública, com a saúde pública e outros serviços a serem entregues a privados", enunciam algumas das reivindicações.
Lembrando que "Portugal está abaixo da média europeia nos salários da administração pública, está abaixo da média europeia no número de trabalhadores da administração pública, Portugal está abaixo da média europeia no investimento público", o STFPSSRA, que na madeira é coordenado por Nelson Pereira, diz que "a desculpa do peso da administração pública é mais uma mentira como tantas outras para continuar a enganar os Portugueses. Se o Governo tem capacidade para deixar de receber 2 mil milhões de euros todos os anos na receita fiscal, beneficiando as grandes empresas que já lucram milhões, tem receita suficiente para investir nas escolas, na saúde e em todos os serviços da administração pública. O problema não é a falta de dinheiro, o problema é que este governo PSD/CDS quer acabar com o Estado Social e entregar tudo a privados, e a forma mais fácil é desinvestir para depois justificar".
Esta é uma greve que, como já dá para perceber, é nacional e abrange também os funcionários públicos madeirenses. "Mais uma vez, na Região Autónoma da Madeira, a palavra democracia, da lei fundamental do direito à greve, não existe", constata a coordenação regional do STFPSSRA. "Continuamos a assistir no setor da educação a tentativas de boicote à greve, com ameaças aos trabalhadores que correm o risco de levar falta não justificada, para assustar os trabalhadores, para criar medo para que estes não façam greve". E acrescenta: "É um atentado à democracia, é um atentado à lei da greve, é um atentado à Constituição da República Portuguesa. Não falta muito para voltar ao Estado Novo, ao Estado de Ditadura, mas ainda se vive em democracia."
Por isso, reforçando que "os trabalhadores têm direito em expressarem a sua indignação pelos ataques que o Governo quer fazer aos Trabalhadores da Administração Pública. Não vamos permitir e vamos tomar as medidas necessárias para pôr fim a esse ataque à democracia", conclui.