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Madeira

CHEGA diz que lesados do BES estão a ser tratados "de forma discriminatória pelo Estado"

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O deputado do CHEGA, Francisco Gomes, na qualidade de membro da Comissão de Orçamento e Finanças (COFAP), reuniu-se com representantes da Associação dos Lesados do Papel Comercial do BES, para analisar a situação de 23 cidadãos portugueses "que continuam sem qualquer solução para recuperar as suas poupanças, perdidas na sequência do colapso do Grupo Espírito Santo (GES) e da intervenção no Banco Espírito Santo". 

Segundo nota à imprensa, diz que "em causa estão investimentos em papel comercial emitido por empresas do GES, que foram vendidos como produtos financeiros seguros e de baixo risco pelos balcões do BES". Contudo, conforme acrescenta, "tratavam-se de produtos altamente especulativos e sem garantias de reembolso, cuja comercialização violou princípios de transparência e protecção do cliente bancário". Refere ainda que, "apesar do reconhecimento público destas irregularidades, este grupo específico de lesados continua sem resposta, num caso que se arrasta há anos". 

"Estamos a falar de 23 portugueses que foram burlados por uma instituição bancária que abusou da confiança dos seus clientes e violou a lei. Estas pessoas foram enganadas e hoje estão a ser tratadas de forma discriminatória pelo Estado. Enquanto outros grupos já obtiveram compensações, estes cidadãos estão a ser deixados para trás", afirmou Francisco Gomes. 

O deputado lembra ainda que "o Banco de Portugal, a CMVM e até a Comissão Europeia garantiram, por diversas vezes, que nenhum lesado seria excluído das soluções globais encontradas para o caso do BES". Porém, diz que, "na prática, estas promessas não foram cumpridas e o Estado continua a fechar os olhos a esta injustiça". 

É uma vergonha nacional que o Novo Banco tenha sido vendido por 6 mil milhões de euros, depois de sucessivas injeções financeiras públicas, e ainda não tenha sido encontrada uma solução que representa menos de 10 milhões de euros para estes lesados. Isto prova que em Portugal há justiça para os bancos, mas não há justiça para as pessoas".  Francisco Gomes

O parlamentar do CHEGA garantiu que o partido vai levar este caso até às últimas consequências no parlamento, exigindo "responsabilidades ao governo e às autoridades de supervisão financeira". 

Francisco Gomes anunciou ainda que "o partido está já a preparar iniciativas legislativas para forçar a criação de uma solução definitiva, justa e imediata para todos os lesados do papel comercial do BES".