DNOTICIAS.PT
País

Chega acusa "Estado de tratar os polícias de forma vergonhosa"

Foto DR/CH
Foto DR/CH

O grupo parlamentar do Chega (CH) considera "inaceitável, vergonhosa e indigna" a forma como "o Estado português trata os profissionais da Polícia de Segurança Pública (PSP)", lê-se numa nota a propósito das declarações "proferidas durante a presença de uma representação do grupo parlamentar no protesto nacional organizado pelo Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP)", que decorreu ontem em Lisboa e "envolveu uma marcha simbólica entre a Direção Nacional da PSP e o Ministério da Administração Interna, reunindo centenas de agentes de todo o país", realça.

De acordo com o relato do deputado madeirense, a comitiva do CH foi composta pelo líder parlamentar Pedro Pinto, pelo deputado Francisco Gomes, eleito pela Região Autónoma da Madeira, e pelo deputado Nuno Gabriel, eleito por Setúbal. Durante a visita, os parlamentares expressaram total solidariedade com as forças de segurança e sublinharam que, na sua opinião, o Estado tem falhado completamente no dever de proteger e valorizar os seus polícias", garante.

O CH "acusa o Governo da República de abandonar a PSP, permitindo uma degradação sem precedentes das condições de trabalho, dos meios operacionais e da moral dos agentes. O grupo parlamentar defende a revisão imediata dos índices remuneratórios e dos suplementos de turno e patrulha, o fim à banalização dos despachos de exceção, o cumprimento do estatuto profissional, a reformulação do modelo de colocação e mobilidade interna, o pronto pagamento e aumento dos serviços remunerados, bem como mais meios humanos, técnicos e apoio psicológico aos agentes no terreno", assinala algumas propostas.

"Os polícias estão fartos de promessas e cansaços", cita afirmação de Pedro Pinto. "Trabalham em condições desumanas, com horários extenuantes, vencimentos indignos e chefias políticas que apenas se lembram deles quando precisam de segurança. O Estado português abandonou quem todos os dias arrisca a vida para o proteger".

O grupo parlamentar do CH "salienta que esta situação 'não é apenas uma crise interna, mas um sintoma grave de um Estado que perdeu o respeito por quem o defende'", pelo que considera que "a erosão da autoridade policial enfraquece o país, aumenta o sentimento de impunidade e insegurança e deixa os cidadãos mais vulneráveis. Por isso, exige que o governo negocie de imediato com os representantes dos profissionais de segurança e corrija uma injustiça que, a seu ver, já ultrapassou todos os limites da decência", atira.

Francisco Gomes refere ainda que "não há país seguro sem polícias respeitados. Exigimos que o governo ponha fim a esta humilhação e devolva dignidade à farda e a quem a veste com coragem. O CHEGA estará sempre ao lado dos homens e mulheres que defendem Portugal, mesmo quando o Estado lhes vira as costas".