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Clássico de Gil Vicente 'Farsa de Inês Pereira' em cena no Teatro Baltazar Dias

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Foto arquivo/ Aspress

O Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal, recebe de 24 de Outubro a 2 de Novembro a encenação de 'Farsa de Inês Pereira', uma das obras mais emblemáticas de Gil Vicente, sob direcção artística de Onivaldo Dutra.

Pode ler-se na sinopse:

Inês Pereira, a protagonista, uma jovem caprichosa e ambiciosa que deseja um marido culto e refinado, recusa o pretendente Pêro Marques, camponês honesto e simplório que lhe foi sugerido pela mãe, em favor de Brás da Mata, escudeiro supostamente nobre e educado. Cedo descobre que este não corresponde ao ideal amado, antes revela ser autoritário, ciumento e déspota. Liberta do casamento por morte inesperada deste na guerra, aceita casar-se com Pêro Marques. Ingénuo e submisso, o lavrador é manipulado por Inês, que se entrega aos desvarios de uma relação infiel, ilustrando o tão conhecido provérbio: "Mais quero asno que me leve do que cavalo que me derrube

A produção é promovida pela companhia Contigo Teatro, que traz uma nova leitura da famosa comédia vicentina, escrita no século XVI, onde se exploram temas como o amor, o casamento e as convenções sociais com humor e crítica mordaz.

Classificada para maiores de 12 anos, a peça promete uma abordagem moderna, sem perder o espírito satírico original de Gil Vicente.

A Farsa de Inês Pereira é uma peça divertida, complexa e humanista. O aspeto humanista reside no facto de a protagonista trair o marido e não receber por isso nenhuma punição ou censura, ao contrário de outras peças, nas quais as personagens são castigadas por factos ou pecados moralmente equivalentes (...). Desejamos que a nossa proposta seja motivo forte para revisitar a obra vicentina numa ida divertida ao teatro Onivaldo Dutra

O espectáculo conta com o apoio da Câmara Municipal do Funchal, da Secretaria Regional de Educação, Ciência e Tecnologia e da Secretaria Regional de Turismo, Ambiente e Cultura, através da Direção Regional da Cultura.

Os bilhetes têm o custo de 10 euros (7 euros para maiores de 65 anos e 3,50 euros para escolas e IPSS). Podem ser adquiridos na bilheteira Teatro Municipal Baltazar Dias e em https://ticketline.sapo.pt/.

Nota biográfica do encenador

Encenador, ator, professor, formador, diretor de curso, diretor de produção, iluminador e sonoplasta, Onivaldo Dutra de Oliveira, natural do Brasil, mas a viver em Portugal desde os anos 90, construiu uma longa carreira na promoção da arte teatral.

Integrou o elenco de mais de 40 peças, entre o Brasil e Portugal, e foi encenador de outras tantas, de que se destacam “O Veneno do Teatro”, “A Casa de Bernarda Alba”, “O Despertar da Primavera”, “Sonho de uma Noite de Verão”.

Além de professor de teatro em escolas secundárias, foi formador e orientador de oficinas de técnicas teatrais aplicadas ao professor e a profissionais do teatro.

Neste âmbito, integrou, durante alguns anos, o programa formativo do Sindicato de Professores da Madeira e da Associação Contigo Teatro.

Breve Historial da Associação

A Companhia Contigo Teatro nasceu da vontade de antigos membros do grupo de teatro escolar “O Moniz” darem continuidade às actividades cénicas após o ensino secundário. Constituiu-se como Associação Juvenil, em abril de 1999, e depois com a denominação de Associação Companhia Contigo Teatro desde 2015 até à presente data.

O seu primeiro presidente e membro fundador foi Carlos Varela, docente da Escola Secundária de Jaime Moniz e coordenador do grupo teatral “O Moniz”. A primeira produção "Duas Horas Antes" marcou o início da actividade desta Companhia cujas propostas teatrais privilegiam temáticas da actualidade e de interesse para os jovens, com destaque para a dramaturgia portuguesa contemporânea. Tem igualmente revisitado os clássicos do teatro português e universal. 

Desenvolve projetos de natureza pedagógica em parceria com a Secretaria Regional de Educação destinados a todos os níveis de ensino, com destaque para os projetos “Contigo na Escola”; “A Magia do Conto” e “Ler com Amor no teatro e na vida”, este último criado em 2012. Desde essa data, dinamiza projcetos de leitura em voz alta e performativa em interação com outras expressões artísticas, bem como ações de formação na área da leitura e da narração oral.

Criou em 2019 o projeto Lusófono “Tanto mar, uma só Língua” com o propósito de dar a conhecer a literatura e a cultura dos países de língua portuguesa. Rock &Bzzzz (2020) Sou eu? (2021) Quantas Contas (2022), O Domador de Sonhos (2023), O Rapaz da Baleia Morta (2023), Mãe Coragem e os seus filhos de Bertolt Brecht (2024) e Abaixo (2025) foram as últimas produções da Companhia.