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'Cantaria Mole. A Obra' para ver no Museu Etnográfico da Madeira

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A exposição 'Cantaria Mole. A Obra' foi inaugurada na tarde desta quarta-feira no Museu Etnográfico da Madeira (MEM), um espaço tutelado pela Secretaria Regional de Turismo, Ambiente e Cultura, através da Direção Regional da Cultura.

Na ocasião, o secretário regional de Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus, enalteceu o trabalho realizado pelo MEM: "Tudo aquilo que dá a conhecer, que escolhe e transmite é sempre resultado de um trabalho muito sério ao nível da investigação. E esta é mais uma evidência dessa mesma característica."

O aproveitamento e transformação da pedra em objetos utilitários para fazer face às necessidades prementes do homem, segundo o MEM,  sempre foi uma preocupação desde o início da humanidade. As pedras mais utilizadas, são as que existem em maior quantidade nos locais habitados, sendo a pedra de cantaria mole (Tufo Lapilli) a mais usada na ilha da Madeira.  

Os maiores depósitos de pedra de cantaria mole encontram-se, sobretudo, nas encostas montanhosas e nas margens e leitos das ribeiras, sendo que o maior depósito está localizado na Cabo Girão, na freguesia da Quinta Grande, concelho de Câmara de lobos, de onde foram retiradas pedras para a construção de grandes monumentos da cidade do Funchal.

Esta mostra incide sobre a utilização desta matéria-prima em diferentes áreas, especialmente, na comum utilização deste tipo de pedra, na construção dos fornos. As ferramentas usadas pelo alvenéu, canteiro e pedreiro, na extração e transformação da pedra, bem como o forno a lenha, patentes ao público, foram amavelmente cedidas por Carlos Spínola, proprietário da Pedreira, a título de empréstimo.

No espaço expositivo estarão ainda patentes ao público, diferentes esculturas, em tufo lapilli, que fazem parte do acervo do museu, como a escultura “Vilão”, da autoria do artista Jacinto Rodrigues, datada de 2002 e as obras da autoria de Orlando Noronha Góis, que fizeram parte da exposição temporária “Rostos Milenares”, apresentada numa exposição temporária no museu, em 1999. A peça mais emblemática desta exposição, será uma obra do escultor Jacinto Rodrigues, criada propositadamente para este evento, ficando para a posteridade.

Foi estabelecida uma parceria com João Batista, especialista nesta matéria, contextualizando-se, cientificamente, esta matéria-prima, procurando-se a interdisciplinaridade.

A concluir, o governante menciona que são iniciativas como estas que mostram o "orgulho no passado", a "razão da nossa existência". 

"Tornam-nos mais completos, compreendemos outras realidades e, acima de tudo, enaltecemos a memória, que é a razão de aqui estarmos", apontou.