Jorge Carvalho defende uso ético e pedagógico da IA nas escolas
No âmbito da conferência Tech Trends 2025, Jorge Carvalho, ex-secretário regional de Educação e atual candidato à Câmara Municipal do Funchal, apresentou o projecto Tutor IA, integrado na estratégia de transição digital das escolas da Madeira, iniciado há cerca de sete anos.
Segundo o antigo governante, a iniciativa assentou na criação de um sistema fechado e personalizado de inteligência artificial generativa, baseado na plataforma Google Gemini, com acesso restrito a alunos e professores. “O objectivo foi disponibilizar uma ferramenta segura, de apoio ao ensino, que potencie a aprendizagem mas que seja devidamente enquadrada no contexto escolar”, explicou.
Jorge Carvalho sublinhou que a introdução da IA na educação exige um forte investimento em conceitos de ética e pensamento crítico, para garantir uma utilização responsável. “A Inteligência Artificial não é má em si. O que pode ser prejudicial é a forma como é usada. É preciso educar para a utilização e a escola é o espaço certo para o fazer, tal como já aconteceu com programas de prevenção rodoviária ou de sensibilização ambiental”, destacou.
Entre os desafios apontados, o candidato frisou a possibilidade de a IA permitir a criação de perfis personalizados de cada aluno, acompanhando o que estudam, o que fazem e os seus progressos. Esta funcionalidade pode também ser disponibilizada aos encarregados de educação, promovendo maior proximidade e acompanhamento.
Jorge Carvalho reconheceu ainda que os novos equipamentos e ferramentas digitais mudaram a relação tradicional entre professor e aluno. “Hoje há alunos que treinam para exames e conseguem, em tempo quase real, obter resultados, algo que há poucos anos era impensável”, exemplificou.
O projecto Tutor IA foi, assim, apresentado como uma das apostas mais relevantes no processo de modernização tecnológica das escolas madeirenses, reforçando a necessidade de formar alunos preparados para os desafios digitais, conscientes da ética e da responsabilidade na utilização da tecnologia.
Terminou dizendo que a Madeira começou esta transição com 100 alunos, a China com 2 milhões: “Cada qual com a sua escala”.