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Regionais 2024 Madeira

Cafôfo diz esperar que "a alternância democrática aconteça a 26 de Maio"

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O presidente do PS-Madeira afirmou, hoje, que ainda não houve Abril na Região, porque "a alternância democrática ainda não foi cumprida", esperando que tal possa acontecer a 26 de Maio.

Paulo Cafôfo falava ao final desta manhã, na sede regional do PS, no âmbito da inauguração da exposição ‘50 anos, 50 Fotos’ – que retrata a história do Partido e os 50 anos de Democracia – e de uma conversa sobre o meio século de vivência democrática na Região, que juntou os ex-deputados Bernardo Martins e Gregório Gouveia e a actual parlamentar Patrícia Agrela.

“Ainda não fizemos Abril, porque ainda não houve a alternância democrática. A essência da democracia ainda não foi aqui cumprida”, afirmou o líder dos socialistas madeirenses, citado em nota à imprensa, acrescentando que “esta é uma democracia que está doente”.

No ano em que se assinalam os 50 anos da Revolução dos Cravos, o candidato do PS à presidência do Governo Regional manifestou o desejo de que possamos “celebrar Abril com essa alternância aqui na Madeira já no dia 26 de maio, com outro governo que não aquele da cor que nos tem governado há quase 50 anos”.

A melhor forma de celebrar Abril seria termos um novo Governo, uma lufada de ar fresco, uma democracia onde se pudesse respirar, onde não houvesse ameaças, onde o medo não fosse uma constante e onde a liberdade e a oportunidade para todos fosse uma realidade. Paulo Cafôfo, presidente do PS e cabeça-de-lista às 'Regionais'

Disse que "falta igualmente cumprir Abril" em áreas concretas como a habitação, a saúde, a educação e os rendimentos, aproveitando para dar conta das propostas do PS nestes domínios.

E defende o aumento dos rendimentos dos madeirenses: “Nós somos das regiões mais pobres do país e não foi para isso que o 25 de Abril e a autonomia foram feitos”, constatou, apontando os compromissos do PS de reduzir os impostos, aumentar o Complemento Regional para Idosos para 150 euros, aumentar o subsídio de insularidade para os funcionários públicos para 5% e acelerar a progressão nas carreiras destes, com a redução dos pontos do SIADAP.

No tocante à habitação, Paulo Cafôfo focou o objectivo de construir mais casas, aumentar o apoio às rendas e criar uma garantia pública da Região ao financiamento para a primeira habitação, dando a possibilidade a muitos jovens e à classe média de adquirirem uma casa.

O PS-M preconiza também creches gratuitas para todas as crianças e manuais e alimentação gratuitos para todos os alunos até ao 12.º ano. Além disso, os estudantes madeirenses no ensino superior não pagarão propinas, sendo este encargo assumido pelo Governo Regional.

A melhoria do acesso à saúde foi outro dos compromissos assumidos pelo líder socialista, que não aceita que haja muitos madeirenses sem acesso a este direito fundamental por não terem dinheiro para ir ao privado.

Além da exposição de fotografia, o PS-Madeira assinalou o 25 de Abril com uma conversa que juntou Bernardo Martins, ex-deputado e ex-presidente da Câmara Municipal de Machico, que recentemente lançou o livro 'O 25 de Abril na Madeira', o ex-deputado Gregório Gouveia, autor do livro 'Madeira – Tradições Autonomistas e Revolução dos Cravos', e a jovem deputada à Assembleia Legislativa Regional Patrícia Agrela.

Gregório Gouveia, detentor de um importante espólio fotográfico e documental sobre a história do partido e a realidade política na Região, recordou a forma como a notícia da Revolução de 1974 chegou, via telefone, e fez uma retrospectiva da história do PS no contexto regional, lembrando momentos como as primeiras eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira.

Já Bernardo Martins destacou o papel do Partido Socialista na construção da Democracia, recordando também a forma particular como este momento foi vivido em Machico. O preletor constatou que, apesar dos passos para uma Madeira nova, ainda se mantêm atualmente tiques de autoritarismo.

 Por seu turno, a jovem deputada Patrícia Agrela alertou que estamos a atravessar uma crise da democracia, considerando que o regime democrático nunca esteve tão comprometido como agora.