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A Guerra Mundo

PPE quer debate urgente no Parlamento Europeu após detecção de rede de propaganda russa

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Foto EPA

O Partido Popular Europeu (PPE) apelou hoje a um debate urgente no Parlamento Europeu, depois de a instituição ter anunciado na sexta-feira estar a analisar a denúncia de que eurodeputados estão a ser pagos para difundir propaganda pró-russa e influenciar as eleições europeias.

"Na sequência das revelações sobre a interferência russa na Europa, o grupo PPE apela a uma sessão plenária urgente no Parlamento Europeu", afirmou em comunicado o partido com mais assentos no Parlamento Europeu e o que atualmente ocupa a presidência da instituição, liderada por Roberta Metsola.

O PPE destacou a sua "firme oposição à desinformação e propaganda" que é lançada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, que "representa um perigo para a democracia e que deve ser denunciado a todos os níveis".

Na sexta-feira, um porta-voz de Metsola disse que a presidente do Parlamento Europeu está ciente das acusações, "estando a analisá-las".

Isto acontece depois de, na quarta-feira, o primeiro-ministro da República Checa, Petr Fiala, ter anunciado que os serviços secretos checos desmascararam uma rede financiada por Moscovo que estava a difundir propaganda pró-russa sobre a Ucrânia e estendia a sua influência até ao Parlamento Europeu.

O portal de notícias Voice of Europe, com sede em Praga (capital da República Checa), estava a ser usado para espalhar informação destinada a dissuadir a União Europeia (UE) de ajudar a Ucrânia na sua luta contra a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.

Segundo Fiala, a rede pró-russa agora desmascarada pelos serviços secretos checos (BIS) desenvolvia atividade que "poderia ter um efeito significativo na segurança da República Checa e da UE".

Segundo o jornal Denik N, os políticos europeus que cooperam com o 'site' de informação Voice of Europe, que divulgou apelos de alguns deles para deixarem de ajudar a Ucrânia, foram pagos com dinheiro russo, que também financiou campanhas para as próximas eleições europeias.

Os pagamentos envolvem políticos de países como Bélgica, França, Alemanha, Hungria, Países Baixos e Polónia, de acordo com o jornal, que cita uma fonte diplomática checa. Essa fonte sublinhou ainda o envolvimento do partido de extrema-direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD).

O serviço de imprensa do Parlamento Europeu explicou que a instituição está a averiguar as acusações relativas ao site Voz da Europa, em torno do qual esta rede de influência pró-russa foi supostamente desenvolvida.

Acrescentou ainda que poderá restringir o acesso destes meios de comunicação social aos meios de imprensa do Parlamento Europeu.

O pedido do Partido Popular Europeu para uma sessão plenária urgente para debater este assunto soma-se às reações dos grupos dos Verdes e Liberais.

Os dois principais candidatos dos Verdes às eleições europeias, Terry Reintke e Bas Eickhout, apelaram a uma investigação "rápida e exaustiva" que revele a escala da operação de influência pró-russa e permita ações contra os eurodeputados envolvidos.

Já o grupo liberal do Renew Europe exigiu que o Parlamento Europeu debatesse o assunto na próxima sessão plenária, nos dias 10 e 11 de abril, em Bruxelas (Bélgica).