Os indicadores das projecções e os primeiros resultados conhecidos das eleições de hoje foram recebidos com preocupação na sede da CDU-Madeira, na Rua João de Deus, com o mandatário da lista regional, Francisco Simões, a considerar “preocupante o crescimento da direita, sobretudo da extrema-direita fascista, que tem um número grande de votantes”.

O conhecido escultor admite vários motivos para esta tendência eleitoral, sendo que uma delas foi a política do Governo do PS a nível nacional: “Não se entende bem. É difícil de explicar. Mas eu penso que houve uma campanha muito agressiva, com muita demagogia, com muita mentira, com muitas promessas falsas e irrealizáveis. Num momento em que uma população está desprotegida, traumatizada, de certo modo a sofrer as sequelas de más políticas de quem tinha a maioria absoluta e poderia ter feito muito melhor. Não o fez na saúde, na educação… E essas forças de extrema-direita aproveitam esse descontentamento e colhem os frutos com a demagogia que vão semeando”.

Francisco Simões admitiu que estas foram “eleições muito complicadas”, com forças políticas novas e em grande número. “Houve uma campanha muito dirigida, favorecendo essas forças de direita. Nesse aspecto, as televisões foram absolutamente exímias”, criticou.

Quando as projecções apontam para uma nova queda da votação da CDU nestas eleições, o mandatário regional tem ainda esperança que esta força mantenha ou até reforce a sua representação da Assembleia da República.