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Líder da oposição da Venezuela à margem de consultas sobre calendário de presidenciais

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Foto AFP

A Assembleia Nacional (AN) da Venezuela iniciou, esta segunda-feira, consultas para definir o calendário para as eleições presidenciais de 2024, processo rejeitado pela líder da oposição, desqualificada judicialmente.

Através da rede social X, Maria Corina Machado, que em outubro venceu as primárias da oposição, anunciou que não participará nas reuniões para estabelecer um calendário eleitoral, alegando que "ignoram o compromisso assinado de realizar eleições livres e justas no âmbito do Acordo de Barbados", de outubro de 2023 entre Governo e oposição.

"Querem lavar a cara ao comprometer, através de ameaças e chantagens, as instituições e indivíduos (...) A sua manobra é um plano eleitoral fraudulento que viola a vontade de milhões de venezuelanos expressada nas primárias de 22 de outubro e de todos os que ansiamos por uma mudança", adiantou Machado.

Em 26 de janeiro, o Supremo Tribunal de Justiça ratificou que Machado e Henrique Capriles Radonski estão desqualificados, por 15 anos, para exercer cargos públicos.

A líder da oposição tem insistido que será candidata à presidência contra Nicolás Maduro, apesar de desqualificada judicialmente, e tem apelado a "medidas concretas" da comunidade internacional para realização de eleições livres, democráticas e transparentes.

O processo iniciado, esta segunda-feira, a nível parlamentar, envolve 29 organizações políticas de diferentes tendências, visando apresentar uma proposta de calendário eleitoral ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O deputado Bernabé Gutiérrez, de uma das fações de Ação Democrática (oposição), propôs que as eleições presidenciais tenham lugar a 05 de julho, dia em que a Venezuela assinalará o aniversário da sua independência.

O presidente do parlamento, Jorge Rodríguez, recomendou a criação de uma comissão para apresentar, entre as próximas 48 e 72 horas, a proposta de calendário, mas também de "garantias eleitorais".

Para esta primeira de quatro reuniões, apelidadas de "Grande Consulta Nacional", foram convocados partidos políticos afetos ao Governo, da oposição moderada, movimentos sociais, de camponeses e culturais, além de representantes sindicais.