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Albuquerque considera lamentáveis ataques com tinta de activistas climáticos

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Foto Helder Santos/ASPRESS

O presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, considerou hoje lamentáveis os ataques com tinta dos ativistas climáticos, afirmando que retiram credibilidade ao movimento.

"Eu acho lamentáveis estas cenas [...] um pouco folclóricas, porque fazem com que o próprio movimento de defesa dos ecossistemas, do ambiente, das alterações climáticas, perca credibilidade", considerou Miguel Albuquerque, quando questionado sobre o ataque com tinta verde de que o presidente do PSD, Luís Montenegro, foi hoje alvo numa visita à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL).

O presidente do PSD/Madeira, que falava aos jornalistas depois de ter formalizado a sua candidatura à presidência da estrutura regional do partido, acrescentou que estas questões "devem ser discutidas do ponto de vista político e do ponto de vista científico".

"Eu acho que a melhor forma de fazer face a estes grandes desafios que a humanidade tem pela frente é a através da ciência, da razão, da discussão das ideias e da investigação, não é através destas manifestações folclóricas que são, do meu ponto de vista, atentatórias da dignidade das pessoas e nada trás de bom para o debate democrático", salientou.

Questionado, por outro lado, se o facto de Luís Montenegro marcar presença na Madeira no âmbito da campanha eleitoral para as legislativas de 10 de março deve-se à crise política instalada na região, Miguel Albuquerque disse que não.

"Não, acho que não vem à Madeira por que não necessita de vir à Madeira e tem uma agenda política pré-determinada", declarou.

O presidente do PSD/Madeira considerou também que a ausência de Luís Montenegro na Madeira não tem a ver com divergência de opiniões entre o líder nacional e o líder regional.

Na sexta-feira, Luís Montenegro disse que no lugar de Albuquerque "talvez tivesse uma decisão diferente", enquanto o presidente demissionário do Governo Regional, no dia seguinte, reagiu dizendo que "esse é problema dele" e que faz o que entender.

Miguel Albuquerque lidera o PSD/Madeira desde dezembro de 2014, quando sucedeu a Alberto João Jardim, que durante quase quadro décadas esteve à frente do partido. Em 2015, sucedeu-o também na presidência do Governo Regional, cargo que ainda mantém, agora na condição de demissionário.

O PSD/Madeira vai realizar eleições diretas em 21 de março, sendo que o prazo para a apresentação de candidaturas termina na quinta-feira às 18:00. Até agora, apenas Miguel Albuquerque formalizou a candidatura.

Albuquerque demitiu-se da presidência do Governo Regional, em janeiro, na sequência de um processo que investiga suspeitas de corrupção no arquipélago, o que levou à queda do executivo, agora em gestão.

Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária (PJ) realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.

Na sequência desta operação, a PJ deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.

Os três arguidos foram libertados com termo de identidade e residência, três semanas após as detenções.

Pouco dias depois, em 19 de fevereiro, Miguel Albuquerque indicou que seria novamente candidato à liderança do PSD/Madeira e, na sexta-feira, disse sentir-se "perfeitamente capaz" de concorrer a eleições legislativas antecipadas, caso o chefe de Estado dissolva a Assembleia Legislativa, o que só poderá ocorrer depois de 24 de março, seis meses após as últimas eleições legislativas regionais.