A verdade e o azeite
Tal como o azeite que não se mistura com a água, a verdade também não se dissolve na mentira e, mais tarde ou mais cedo, acaba por vir ao de cima...!
É o que diz o conhecido provérbio, e a mim, as sete décadas de vida e de experiências boas e más, que a mesma, me tem proporcionado.
Vem isto a propósito, porque estamos a viver um “tsunami” na Madeira de consequências, ainda imprevisíveis, mas que, terá consequências sérias na vida de todos nós. Seja qual for a perspectiva, mesmo para os que estão felicíssimos ..., não tenhamos dúvidas.
Desde já, quero fazer uma declaração de interesses: - Fui, sou e continuarei a ser Amigo de algumas das pessoas envolvidas; e não vou deixar de ser.
Vou aguardar serenamente e solidariamente, pelo apuramento da verdade. Consoante o resultado, o que poderá sofrer alguma alteração, será o desgosto e a decepção, bem como a consideração e o respeito, por algum ou alguém, que se tenha portado menos bem ou até mal. Não faz parte da minha natureza ou carácter, abandonar os Amigos, especialmente, no momento em que mais precisam desse valor, suporte e de nós. E o julgamento deverá ser feito pela Justiça, que é suposto ter esse papel.
Já que falamos nela, do meu ponto de vista começou mal.
• O aparato e a mediatização da mesma, interessa verdadeiramente à Justiça? Estou a recordar o “ataque” à moradia de Rui Rio e afinal parece que a montanha pariu um rato. António Costa por causa de um “parágrafo”, segundo ele, pediu a demissão do cargo de primeiro-ministro e o que é facto, passados mais de 2 meses ainda não há uma acusação.
• O segredo de Justiça, deixou de existir? Atente-se na sua definição: - Visa, por um lado, garantir o sucesso da investigação (na obtenção de prova) e, por outro, proteger as partes envolvidas no processo, como o arguido (que se presumindo inocente, pode ver a sua honra e privacidade injustificadamente atingidas) e também a vítima.
• A “operação” ainda não tinha sido desencadeada e já estava a imprensa nos lugares estratégicos para fazer a reportagem. É o que se chama “antes de ser já era” ...!
• Não posso deixar de registar a oportunidade e “o momento” de levar a operação a cabo, estando alguns dos temas, a ser investigados desde 2015. Realmente, já não era sem tempo..!
É que: - O julgamento na praça pública está feito...! Definitiva e irreversivelmente!
Quero acreditar que não era o que se pretendia.
Neste emaranhado de emoções, que tudo isto me provoca, quero realçar:
• A decepção que senti e tenho que dizê-lo, com o posicionamento e a postura de Paulo Cafôfo, o seu discurso e o “olhar guloso”, para ganhar o jogo na secretaria, ainda com os mortos quentes ...Ficou muito feio, para ele e para a Madeira.
Em contraponto, com a grata surpresa que foi a posição do novo líder nacional Pedro Nuno Santos, que nem sequer tenho em grande conta e que teve um comportamento de liderança e dimensão humana e política, que me apraz registar, não só neste caso, mas, na situação de Carlos Pereira, ex deputado pela Madeira, “desembarcado” meio à força na Região e agora “engajado” na tripulação a nível nacional por Lisboa.
A grande intervenção de Miguel Silva Gouveia, ex- Presidente da Câmara do Funchal e principal rosto da oposição nessa mesma autarquia e que teve uma postura de Senhor, que sintetizou numa frase: - ... mesmo na política não devemos fazer aos outros, aquilo que não gostaríamos que nos fizessem a nós ...Chapeau!
O partido é o mesmo, o que faz mesmo a diferença é, a categoria das pessoas que o integram ...!
Finalizo dizendo, quem haveria de dizer, que teriam de ser as “meninas do PAN” a pôr ordem na casa ...!
João Abel de Freitas