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Filho do Presidente dos EUA declara-se inocente de fraude fiscal

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Foto Bloomberg

Hunter Biden, filho do Presidente dos Estados Unidos, declarou-se hoje inocente da acusação de evasão fiscal em Los Angeles, num processo delicado para o democrata, que se prepara para enfrentar novamente Donald Trump na corrida à Casa Branca.

Acusado em dezembro de fugir, através de um esquema, da obrigação de pagar 1,4 milhões de dólares (1,28 milhões de euros, à taxa de câmbio atual) em impostos relativos ao período fiscal de 2016 a 2019, segundo a acusação, Hunter Biden declarou-se inocente das nove acusações, durante uma breve audiência, noticiaram vários meios de comunicação social norte-americanos.

O empresário, de 53 anos, que agora se foca na pintura e que segundo o próprio já superou o vício em drogas e álcool, é um dos alvos principais dos republicanos contra Joe Biden, noticiou a agência France-Presse (AFP).

A aparição em Los Angeles, no Estado da Califórnia (oeste), ocorreu um dia depois de uma audiência no Congresso norte-americano, quando o filho do chefe de Estado surgiu inesperadamente, em protesto contra os republicanos que lançaram em setembro um inquérito de destituição contra Joe Biden.

Os republicanos acusam Joe Biden, sem terem até agora apresentado provas, de corrupção e de ter beneficiado dos polémicos negócios do filho na Ucrânia e na China, quando era vice-presidente de Barack Obama (2009-2017).

"Deixe-me dizer isso da forma mais clara possível: o meu pai nunca esteve envolvido financeiramente nos meus assuntos", garantiu Hunter Biden ao Congresso, em 13 de dezembro.

Esta quarta-feira, duas comissões parlamentares dominadas pela maioria republicana na Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) recomendaram que Hunter fosse considerado culpado de obstruir os poderes de investigação do Congresso, ao se recusar a participar numa audiência à porta fechada. Hunter exige uma audiência pública.

Durante uma das audiências, um dos congressistas republicanos chamou covarde a Hunter Biden, mostrando fotos embaraçosas do filho do Presidente, enquanto outro congressista classificou-o como "a personificação do privilégio branco".

"O que estão a fazer com Hunter é cruel", frisou hoje Jill Biden, mulher do Presidente norte-americano, em entrevista à estação MSNBC.

A justiça norte-americana acusa Hunter Biden de ter "gastado milhões de dólares num estilo de vida extravagante em vez de pagar os seus impostos", mencionando o seu consumo de drogas, bem como pagamentos a serviços de acompanhantes, carros e roupas de luxo.

Hunter Biden pode ser condenado até 17 anos de prisão neste processo.

Também é acusado num outro caso em Delaware (leste), por posse ilegal de arma de fogo, e pode, no limite, ser julgado duas vezes em 2024, enquanto o seu pai faz campanha para a reeleição pelos democratas.

Em junho, Hunter Biden chegou a um acordo de confissão, que abrangia as acusações de evasão fiscal e aquisição ilegal de armas de fogo, o que podia evitar uma pena de prisão e um julgamento embaraçoso para o chefe de Estado.

Mas este acordo foi cancelado na sequência de dúvidas manifestadas em julho por um juiz, sobre a sua validade.