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Kremlin garante que Putin tem "apoio absoluto" da sociedade se for a eleições

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Foto: AFP

O porta-voz da presidência russa (Kremlin), Dimitri Peskov, garantiu hoje que o Presidente, Vladimir Putin, conta com "apoio absoluto" da sociedade e ninguém conseguirá derrotá-lo se decidir concorrer a novo mandato.

"O Presidente ainda não anunciou se apresentará a sua candidatura. Se o Presidente confirmar a sua candidatura, obviamente ninguém no nosso país poderá, de facto, competir contra o Presidente nesta fase", afirmou Peskov à agência de notícias russa Interfax, adiantando que vê nas futuras eleições uma "grande oportunidade".

A declaração do porta-voz do Kremlin foi feita um dia depois das eleições regionais russas, que o partido de Putin, o Rússia Unida, venceu com larga maioria, especialmente nas regiões ucranianas anexadas.

Os resultados destas eleições "confirmam muito claramente a consolidação absoluta da sociedade em torno da liderança do país (...) O nível de apoio que os atuais líderes regionais receberam indica que o Presidente também goza desse apoio", concluiu Peskov.

As comissões eleitorais impostas por Moscovo em Lugansk, Donetsk, Zaporijia e Kherson, num escrutínio destinado a legitimar politicamente a anexação, indiciaram que cinco partidos com representação no parlamento russo apresentaram candidatos às assembleias locais, com o partido de Putin a surgir destacado de acordo com os resultados preliminares.

Em Zaporijia, o partido do Kremlin obteve 83,96% dos votos com cerca de 60% dos boletins escrutinados. Em Kherson a Rússia Unida aproximava-se dos 87% dos votos, enquanto em Donetsk liderava com 79.56%.

Em Lugansk, a única região do leste da Ucrânia que a Rússia controla na quase totalidade, o Rússia Unida estava creditado com 74,72% com quase 54% dos votos contados.

A comissão eleitoral central assegurou que a taxa de participação nas quatro províncias anexadas foi mais elevada que em outros territórios da Rússia, atingindo mais de 74% dos eleitores inscritos.

Os Estados Unidos e a Ucrânia advertiram que os resultados destas "eleições" foram pré-fabricados e, à semelhança da generalidade dos países ocidentais e aliados (Canadá e Japão), da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e o Conselho da Europa, asseguraram que não vão reconhecer estas eleições "ilegais".

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.