Madeira

Vereadores da Confiança desconfiam de acordo sobre tratamento de águas residuais

Abstiveram-se no protocolo entre autarquias do Funchal e de Câmara de Lobos e a Águas e Resíduos da Madeira

None

O protocolo entre as Câmaras Municipais do Funchal e de Câmara de Lobos, e que envolve também a Águas e Resíduos da Madeira, para transferir parte das águas residuais produzidas em quatro zonas do Funchal para a Estação de Tratamento (ETAR) do concelho vizinho, mereceu a abstenção dos vereadores da Coligação Confiança na reunião de Câmara realizada esta manhã.

De acordo com Cláudia Ferreira o acordo tripartido que vai ser assinado entre as duas câmaras municipais e a ARM para gestão final das águas residuais da zona Oeste do Funchal, "percebemos agora que este não contempla grande parte da população actualmente a residir nessa zona, mas pior aquilo que é o Hospital Universitário que está a ser construído, nem mesmo todos aqueles investimentos que estão planeados serem efectuados em toda a zona litoral a Oeste do município".

A vereadora da oposição diz que "é particularmente grave" porque "o próprio acordo diz que a qualidade das águas do mar perto de Câmara de Lobos tem problemas de qualidade". E explica: "Como sabemos, as correntes marítimas levam essas águas para as praias do Funchal - Praia Formosa e zonas balneares adjacentes - e se este acordo não contempla já a situação actual, se não resolve a situação actual, como ficarão as águas quando todo o Dubai (projecto imobiliário privado a nascer na Estrada Monumental), quando o Hospital estiver a funcionar? Isso é algo preocupante e pensamos que a solução para todas as águas da zona Oeste devem ser pensadas não para hoje, não para ontem, mas a longo prazo, já que estão no terreno esses grandes investimentos para levar para aquela zona um maior número de população para viver."

Cláudia Ferreira explica que o projecto implica fazer uma ligação entre os dois concelhos a partir da Ribeira dos Socorridos, sendo que essa ETAR em Câmara de Lobos "já previa este incremento de águas pluviais e residuais que vinham do Funchal, só que agora a dotação prevista neste acordo é muito pequena e não contempla toda esta carga que vai ser acrescida à zona Oeste do Funchal", pelo que a abstenção ocorreu "na esperança que as partes  se entendam num acordo que seja razoável para o Funchal e que preveja, finalmente, a solução para este problema que se vem arrastando há alguns anos", conclui, sem antes lembrar que a qualidade das águas balneares do Funchal é provocado por este problema das águas residuais.