Madeira

Manipulação de estatísticas na Madeira? “Isso não acontece, nunca aconteceu”

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O secretário das Finanças, Rogério Gouveia, elogiou, esta manhã, na abertura do II Colóquio de Estatística, a qualidade da informação da Direcção Regional de Estatística, entidade que tem o seu “mérito reconhecido por instituições absolutamente idóneas e independentes”, tanto a nível nacional como internacional.

“As estatísticas são o que são. Não podem nem devem ser apenas valorizadas quando são positivas e serem menosprezadas quando são negativas. É assim que o Governo Regional interpreta. Também não podemos de certa forma acomodar algumas observações que por vezes são feitas de que as estatísticas serão manipuladas ou instrumentalizadas pelo Governo Regional. Isso não acontece, nunca aconteceu”, afirmou o governante, que explicou como o Tribunal de Contas e quatro grandes agências de rating internacionais têm confiado nos dados estatísticos e nas previsões de receitas fiscais elaborados pela Direcção Regional de Estatística.

O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, também destacou a “evolução muito positiva” que os serviços de estatística têm vindo a registar, quer na oportunidade quer na celeridade dos dados apurados e divulgados: “No passado, eventualmente, incorremos em alguns erros porque as políticas públicas eram traçadas numa base empírica, porque não existiam estatísticas ou as que se conheciam eram, claramente, insuficientes para tomar as melhores decisões. E quando as decisões não estão suportadas por estudos estatísticos, o desconhecimento das tendências enviesa as tomadas de decisão e a todos onera. Hoje, felizmente, não será por falta de dados estatísticos que os Governos ou as administrações públicas falham”.

O mesmo político considera que a Direcção Regional de Estatística conta com “serviços eficientes que apuram e divulgam, a tempo e horas e com grande fiabilidade, os números que permitem quer aos Governos quer às empresas tomarem as melhores decisões”, mas também “o cidadão comum já faz as suas opções de vida e as suas escolhas comerciais em função dos dados”.

Neste colóquio estão a ser abordados alguns dados apurados nos Censos 2021. O presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE), Francisco Lima, descreveu que esta operação de contagem da população e das suas condições de vida terá sido a última feita no 'modelo clássico', com recolha de informações no terreno e contactos com os cidadãos e periodicidade decanal (de 10 em 10 anos). As entidades estatísticas europeias estão num processo de transição para um novo modelo de operação censitária, assente em dados administrativos, com periodicidade anual, cujos primeiros resultados deverão estar disponíveis em 2025 ou 2026.