Madeira

Fim das borlas nos complexos balneares é um dos segredos das contas positivas da ‘Frente Mar’

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O vereador Bruno Pereira elogiou, esta tarde, na Assembleia Municipal, o “trabalho notável” da actual gestão da empresa Frente Mar, que “depois de anos sucessivos de prejuízos acumulados, que ia fechar, que não era viável”, fechou o exercício de 2022 com “100 mil euros de resultados líquidos positivos e o passivo praticamente limpo”.

O vereador que tutela a empresa municipal apresentou várias justificações para a mudança da situação financeira da ‘Frente Mar’, uma delas foi a redução do número de ingressos oferecidos a coberto de diversos protocolos assinados no passado com associações, organizações e sindicatos. “O número de borlas não fazia sentido. Existia também algum amiguismo na bilheteira. Se calhar não foi por acaso a demissão de dois funcionários que trabalhavam nas bilheteiras”, disse Bruno Pereira. Mais à frente, Pedro Calado reforçou esta ideia: "Eliminámos centenas e centenas de bilhetes que eram oferecidos indiscriminadamente".

As receitas também aumentaram graças a uma maior fiscalização da PSP nos parcómetros. “As pessoas passaram a pagar” os estacionamentos nas ruas, admitiu Bruno Pereira, que ressalvou que a receita das multas vai toda para o Governo Regional. Na vertente da despesa também foram tomadas medidas, a principal das quais foi a redução do número de funcionários, com todas as saídas a serem resolvidas pela via negocial.

O deputado municipal Pedro Calaça (PS) manifestou-se preocupado com o agravamento do preço dos ingressos nos complexos balneares e com o facto de ser ter baixado dos 10 para os 6 anos a idade das crianças que têm acesso gratuito, isto quando a inflação é elevada e o Funchal tem o seu "litoral privatizado". Bruno Pereira respondeu que o aumento do valor dos ingressos não chegou a metade da inflação e foi feito de modo a não atingir os mais jovens e os mais idosos. Por outro lado, referiu que no complexo balnear gerido pela "Câmara socialista" do Porto Moniz apenas as crianças até aos 2 ou 3 anos não pagam.

Gonçalo Pimenta (CDS) acusou o anterior executivo camarário liderado pelo PS de ter acumulado dívidas à Segurança Social relacionadas com contribuições dos funcionários da 'Frente Mar'. "Isto dá cadeia", avisou o deputado municipal. Madalena Nunes (PS) questionou a autoridade moral do deputado municipal do CDS, isto quando dirigentes daquele partido "receberam 30 mil euros do Chega". Segundo a representante socialista, Pimenta vez um "discurso demagógico e populista" pois os valores em dívida à Segurança Social estavam abrangidos por um acordo.