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Vídeo ilustra resgate de jovem praticante de paddle ao largo do Algarve

Imagens partilhadas pela Força Aérea Portuguesa

Vídeo: Força Aérea Portuguesa
Vídeo: Força Aérea Portuguesa

A Força Aérea Portuguesa partilhou imagens do resgate de uma jovem que esteve à deriva no mar durante mais de 20 horas, no Algarve. A rapariga está estável e poderá ter alta dentro em 24 a 48 horas, disse hoje o diretor clínico do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA).

"A rapariga está algo prostrada, como é natural, depois de tanto tempo sem alimentação, exposta ao sol e com stress, mas está bem, está estável, não está desidratada. Tem manifestações de prostração, está sonolenta e com algumas dores a nível muscular, e cutâneas, mas não tem lesões graves", afirmou Horácio Guerreiro.

O responsável, que falava aos jornalistas junto à urgência de Pediatria do Hospital de Faro, disse ainda que a jovem, que está no Serviço de Observação (SO) de Pediatria, está acompanhada pela mãe e consciente, embora pouco comunicativa, esperando-se que o seu estado tenha uma evolução positiva.

Segundo o diretor clínico do CHUA, a jovem está numa fase de hidratação e de retoma das suas funções fisiológicas. A possibilidade de alta em 24 a 48 horas corresponde a um período curto de convalescença e de recuperação "de uma pessoa que esteve sujeita a um stress extremo".

A principal preocupação da equipa médica é agora observar se a função renal da jovem se mantém e se, com a hidratação, há problemas ao nível da função cerebral, porque, às vezes, quando se força a infusão de líquidos, pode haver situações de edema cerebral, embora não se esteja a prever isso.

A adolescente está numa unidade do SO de Pediatria de alta vigilância, quase equivalente a uma unidade de Cuidados Intensivos, acrescentou o representante, sublinhando que está calma, embora pouco comunicativa, muito tranquila e com uma perspetiva otimista.

Questionado pelos jornalistas sobre se a sua resistência, após tantas horas à deriva no mar, surpreendeu a equipa médica, Horácio Guerreiro respondeu que a situação é surpreendente para todos.

"Com tanto tempo no mar, em condições, penso eu, de stress máximo, é normal que seja surpreendente para todos. É preciso um instinto de sobrevivência, um autocontrolo, não entrar em pânico. Esta miúda é uma heroína, sem dúvida nenhuma", concluiu.

A jovem desapareceu cerca das 20:00 de sábado, empurrada pelo vento, quando se deslocava numa prancha de paddle na praia do Coelho, em Monte Gordo, no concelho de Vila Real de Santo António.

Foi encontrada com vida mais de 20 horas depois, cerca das 18:00 de domingo, a 25 milhas (cerca de 46 quilómetros) a sul de Vila Real de Santo António, por um navio mercante que navegava a caminho de Tânger, em Marrocos.

Um helicóptero da Força Aérea Portuguesa foi enviado para recolher a jovem, que se encontrava num elevado estado de hipotermia, tendo sido depois transportada para o hospital de Faro.