A Guerra Mundo

Taiwan condena Rússia por aceitar exigências da China sobre a ilha

A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen. Foto EPA/RITCHIE B. TONGO
A presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen. Foto EPA/RITCHIE B. TONGO

O Governo de Taiwan condenou hoje Pequim e Moscovo devido a uma declaração conjunta que classifica a ilha como uma parte inalienável do território chinês, acusando ainda a Rússia de aceitar as exigências da China.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros protesta solenemente e condena firmemente o governo expansionista autoritário [da China], que continua a fazer declarações falsas no cenário internacional para denegrir e minar a soberania do nosso país", declarou o Governo de Taiwan num comunicado,

Taiwan condenou também "a tentativa da Rússia de aceitar as exigências da China para a sua conspiração de agressão e expansão".

O Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Moscovo para reuniões, entre segunda e terça-feira.

No final das conversações, os líderes assinaram uma declaração conjunta na qual se comprometeram a aprofundar a sua parceria estratégica e afirmar o apoio da Rússia à China na questão de Taiwan.

A China reivindica a ilha de Taiwan como parte do seu território e, se necessário, poderá recorrer à força.

Na declaração conjunta, a Rússia reafirmou a sua adesão ao princípio de Pequim de "Uma China", classificando Taiwan como "parte inalienável do território chinês", segundo a agência de notícias Nova China.

"[A Rússia] opõe-se a qualquer forma de independência de Taiwan e apoia fortemente as medidas da China para salvaguardar a sua soberania e integridade territorial", referiu o comunicado conjunto.

Taiwan vive sob constante ameaça de ação militar da China e a invasão russa na Ucrânia aumentou os temores na ilha sobre a possibilidade de Pequim tentar uma ofensiva semelhante.

Nos últimos anos, Pequim intensificou a pressão militar, económica e diplomática sobre Taiwan, realizando exercícios militares massivos ao redor da ilha em 2022, que Taipei afirmou ser uma preparação para a invasão.