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Governo da Venezuela pede preparação para sanções internacionais mais severas

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O Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, partido do Governo) instou a população a permanecer unida e a preparar-se para sanções internacionais mais severas contra o país, impostas pelo "inimigo histórico", que é "o imperialismo".

"As ameaças não acabaram, as ameaças estão presentes. O inimigo está aí e odeia-nos cada vez mais (...) porque não nos conseguiram derrotar", disse o vice-presidente do PSUV.

Diosdado Cabello, que é tido como o segundo homem mais forte do chavismo, depois do Presidente Nicolás Maduro, falava em Caracas durante os atos que assinalaram o 34.º aniversário do "El Caracazo", sucessão de violentos protestos em diferentes regiões do país que em fevereiro de 1989 provocaram milhares de mortos.

"Vejam o que temos passado. Vejam que o que este povo tem resistido. Hoje o imperialismo não nos lança bombas, mas aplica sanções e bloqueios que por vezes causam mais mortes do que as bombas", disse o político, sublinhando que as sanções internacionais ocasionaram a morte de "mais de 40 mil pessoas por causas médicas".

"Devemos aprender com essa lição [El Caracazo] e perante o inimigo comum que temos, o inimigo histórico dos povos do mundo, que é o imperialismo, os povos têm de permanecer cada vez mais unidos estruturalmente em torno das suas próprias lutas", disse.

"Ninguém nos vai dar nada, ninguém espere que amanhã o imperialismo diga à Venezuela que vai levantar as sanções", sublinhou ainda Diosdado Cabello.

"Além disso, preparemo-nos para mais sanções e sanções mais duras. E com estas sanções mais duras, este povo continuará a avançar, a erguer-se, a fazer frente a quem for", disse.

Segundo o político, essa união e resistência é "uma dívida" dos venezuelanos aos mártires de "El Caracazo", aos "jovens mártires da guerrilha, aos jovens que foram para a guerrilha porque não tinham outra alternativa" e aos assassinados durante os protestos no país.

O vice-presidente do PSUV disse ainda que hoje "o imperialismo dirige os golpes de Estado, põe o dinheiro, paga aos mercenários, treina-os, para acabar com os movimentos populares nos sítios onde gostariam de ter presidentes fantoche".

"Se tivessem conseguido o objetivo de acabar com a revolução aqui, se Juanito Alimaña [nome depreciativo usado pelo chavismo para referir-se ao líder opositor Juan Guaidó] tivesse sido reconhecido como Presidente por todo o mundo e não [apenas] pelos Estados Unidos e os seus lacaios, este país estaria numa guerra civil, porque esse espírito rebelde está vivo, totalmente vivo", disse.